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    “Virus do ébola é uma ameaça para Angola” – Hernando Agudelo

    O representante das OMS (Organização Mundial da Saúde) em Angola considerou que o ébola é uma ameaça para o país, embora esteja no nível dois em termos de territórios em risco, que partilham fronteira com a República Democrática do Congo.

    Segundo o JA, Hernando Agudelo reconheceu que a doença é altamente transmissível e complicada de ser gerida, daí que a OMS recomende um plano de preparação e prontidão com procedimentos que visam diminuir o risco de introdução do vírus de ébola.

    O Plano Nacional de Contingência (PNC) dispõe de mecanismos de resposta para garantir uma acção imediata face à presença de um caso suspeito, identificar precocemente e interromper a circulação do vírus.

    Os nove paíse que fazem fronteira com a RD Congo elaboraram uma lista das medidas, missões de avaliação do nível regional e global, grau de implementação do PNC, exercícios simulados dirigidos, monitorização e avaliação.

    Hernando Agudelo disse que Angola deve ter capacidade de reacção rápida diante de um caso suspeito de ébola, uma vez que as medidas exigem supervisão e simulações, para garantir uma preparação adequada.

    “Temos de estar em alerta com a situação da RD Congo, apesar do surto estar ainda longe, ou seja, a mais ou menos dois mil quilómetros de Luanda e mil de Kinshasa”, disse, afirmando que o surto chegou à província do Goma, e por esta região ter ligação directa com Kinshasa e este último com Angola, a preocupação deve ser maior.

    O representante da OMS lembrou que, quando dos anteriores surtos, Angola já tinha um Plano Nacional de Contingência, que obedeceu agora à uma revisão, com o ressurgimento da doença no Congo.

    Ao conceder uma lista com itens padronizados que os países devem seguir para evitar o contágio, a OMS exorta os países a activarem medidas de prevenção e preparar equipas capazes de dar respostas a um eventual caso.

    Em Angola, o treino das equipas decorre, principalmente, a nível das províncias que fazem fronteira com a RD Congo, designadamente Zaire, Uíge, Lundas Norte e Sul e Moxico. Com o apoio da OMS, efectivos das Forças Armadas e da Polícia fronteiriça foram treinados pelo Ministério da Saúde a lidarem com o surto.

    “Está a ser criada uma consciência preventiva no seio da população, de modo a estar em alerta”, atestou Hernando Agudelo.

    O funcionário das Nações Unidas defendeu ser fundamental, em caso de diagnóstico, a população saber as formas de manuseamento, desde o ponto de vista clínico, de contacto com doentes de cadáveres, porque “a doença é altamente transmissível”

    Vigilância redobrada

    Hernando Agudelo pediu que se redobre a vigilância epidemiológica, uma vez que o país tem, novamente, um surto de pólio, que exige do Ministério da Saúde uma investigação rápida dos casos suspeitos.

    Quanto às restrições de viagens de cidadãos congoleses, indicou que uma medida do género pode aumentar o fluxo irregular ou ilegal de pessoas a utilizarem caminhos fora de controlo das autoridades, facilitando a entrada e o alastramento de doenças.

    Hernando Agudelo calcula que o controlo de passageiros nos pontos fronteiriços terrestres, portos e aeroportos facilitam a identificação de casos suspeitos e aplicar as medidas de prevenção e controlo.

    Questionado se existem unidades de saúde instaladas nas fronteiras, Hernando Agudelo afirmou: “Há gente treinada e o Plano Nacional de Contingência tem vários itens e períodos para serem implementados. Com as condições criadas, as pessoas suspeitas vão ser colocadas em quarentena até terminar os exames de diagnóstico sobre a febre.”

    “Angola tem uma fronteira de dois mil quilómetros com o RD Congo e é impossível controlar, mas a maior parte das pessoas passa pelos postos oficiais de emigração”, avançou Hernando Agudelo, acrescentando que o país traçou o plano em Janeiro, mas o surto ainda não terminou, daí que tem de fazer implementar actividades programadas, para que se continue em alerta permanente.

    O escritório regional da OMS pretende enviar, em breve, uma equipa ao país para fazer uma avaliação do programa de implementação do Plano Nacional de Contingência, informou Hernando Agudelo.

    “A importância dos planos é a sua implementação”, sustentou Henando Agudelo, salientando que a intervenção do Estado angolano não é muito lenta, porque “a resposta inicial em relação à elaboração de medidas preventivas foi rápida, logo depois do surgimento da doença na RD Congo”.

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