Um estudo publicado pela associação de defesa e protecção das empregadas domésticas (Anapromed) da Guiné-Bissau, conclui que 85 % dessas trabalhadoras em Bissau são analfabetas e 95% não estão inscritas na Segurança Social.
Sene Cassamá, presidente da Anapromed informou que o estudo foi feito a pelo menos 7500 empregadas domésticas dos lares da capital guineense e considerou ser um “abuso as situações absurdas” que envolvem aquelas trabalhadoras.
O dirigente associativo disse que a “situação é ainda mais grave” quando se vêem empregadas domésticas “com 12, 13 e 14 anos” ou outras que trabalham a troco de um saco de arroz de 50 quilos, que custa menos do que o salário mínimo nacional.
O salário mínimo na Guiné-Bissau é o correspondente a 18,3 euros.
Ainda citando o estudo, realizado pela Anapromed entre Setembro e Outubro do ano passado, 90% das empregadas domésticas trabalham mais de 14 horas diárias, sem direito ao pagamento de horas extraordinárias ou férias.
“O parlamento tem que tomar medidas legislativas para acabar com esta escravatura moderna”, defendeu Sene Cassamá, que lamenta ainda o facto de nenhum dos dois ministros convidados terem comparecido à cerimonia do lançamento do estudo.
A Anapromed queria a presença dos ministros da Função Pública, para que tomasse em mãos a legalização e inscrição das empregadas na Segurança Social e da Educação para que constate a questão escolar das mesmas, sustentou Cassamá. (Angop)