Quarta-feira, Maio 8, 2024
17.6 C
Lisboa
More

    “Demolições param em Luanda sempre que há eleições”, diz SOS Habitat

    As demolições em Angola estão paradas, por enquanto. A ONG SOS Habitat explica que é sempre assim em fase de eleições. Foi assim em 2008 e 2012 quando o povo foi chamado às urnas.

    As demolições e expropriações de terra intensificaram-se em 2007, mas actualmente esta prática tende a baixar. Segundo André Augusto, o novo coordenador da ONG angolana SOS Habitat, “em termos de demolições regista-se um pequeno silêncio que se justifica com o período pré-eleitoral que estamos a atravessar. Normalmente em Angola, sempre que há um processo eleitoral, como o próprio eleitorado também é vítima de demolições, então automaticamente o Governo suportado pelo MPLA tem adoptado a estratégia de parar um pouco com as demolições.”

    Há vítimas de expropriação de terras fundiárias e demolições de residências em quase todo o território angolano. As províncias do Cunene, Benguela, Huíla, Huambo, Cabinda e Uíge são alguns exemplos. Mas Luanda alberga o maior número de sinistrados. São mais de 50 mil pessoas a viverem em tendas.

    Actualmente, explica André Augusto, as pessoas continuam ao relento porque as negociações com o Governo da província de Luanda para o seu realojamento condigno não estão concluídas: “Por exemplo, [os desalojados] da Areia Branca já estão há quase três anos, da Sapu estão há dez anos, comunidades do Zango I também já estão há mais de sete anos [à espera]”.

    Mortes na sequência das demolições

    Luanda é assolada nos últimos dias por intensas chuvas. O activista explica que, em função disso, os populares que vivem em tendas estão a passar por maus bocados. A falta de condições básicas nas zonas de realojamento está a causar vítimas mortais, até agora há um registo de 40, segundo a ONG.

    Augusto diz que “as pessoas começaram a morrer por causa da miséria, do sofrimento, da falta de meios alimentares, de meios sanitários onde são forçadas a viver. Muitas delas morreram durante o processo de demolição, outras foram vítimas de espancamento, e outras ainda morreram porque foram torturadas pela polícia e não resistiram [as agressões].”

    A DW África tentou ouvir o Governo de Luanda, sobre o programa de realojamento das populações, mas sem sucesso. Augusto André diz que a sua organização tem apelado frequentemente às autoridades para que a situação seja solucionada: “Temos estado sempre apelar às autoridades angolanas, no sentido de serem mais sensíveis para com a situação das comunidades sinistradas.” (DW)

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Banco Mundial aprova empréstimo de 138,5 milhões de dólares à Namíbia para a transição energética

    O Banco Mundial aprovou um empréstimo de 138,5 milhões de dólares para ajudar a Namíbia a reforçar sua rede...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema