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    Comunicação social guineense vulnerável está a ser “comprada”

    Os dois candidatos às presidenciais na Guiné-Bissau prometeram esta quarta-feira (30.04) aceitar os resultado do escrutínio. A garantia foi dada ao Presidente de transição perante elementos da comunidade internacional.

    Prédio da Rádio Nacional da Guiné-Bissau  (dw.de)
    Prédio da Rádio Nacional da Guiné-Bissau (dw.de)

    Os representantes da comunidade internacional na Guiné-Bissau mostraram-se encorajados com o clima de entendimento que se regista no país, a 24 horas do início da campanha para a segunda volta das eleições presidenciais, marcadas para 18 de Maio próximo.

    O processo eleitoral em curso na Guiné-Bissau, e cujo ponto alto será a eleição presidencial, tem por objectivo colocar um termo a um período de transição de dois anos após o golpe de Estado de Abril de 2012.

    Os candidatos têm estado a auscultar as diversas formações políticas e dirigentes partidários aos quais pedem apoios para as suas respectivas candidaturas.

    Mas dificuldades financeiras no país estão a fazer com que alguns órgãos de comunicação social quase se sintam na obrigação de fazer alguns favores aos candidatos às eleições e sejam alvo de manipulação.

    Esta denúncia foi feita à agência de notícias Lusa por Mamadu Candé, presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (SINJOTECS).

    Imparcialidade em causa

    Aquele responsável aponta como exemplo situações em que os candidatos pagam um valor diário aos jornalistas para que os acompanhem em determinadas acções, caso contrário, podem não ter meios para o fazer.

    “Um candidato para levar consigo um jornalista e depois pagar perdiem, isto não tem nenhuma independência e objectividade, há riscos enormes”, critica Candé.

    Mas o presidente do sindicato ressalva que “alguns órgãos, não digo todos, estão a vender-se, o que é perigosíssimo.”

    Para Mamadu Candé, há outras situações que ocorreram na campanha para a votação de 13 de Abril passado que não gostaria que se repetissem nesta segunda volta.

    O sindicalista exemplifica: “Avançaram com sondagens, que nem científicas são, mas essa é a realidade do país e esperamos que na segunda volta isso não venha a acontecer.”

    O presidente do SINJOTECS faz um apelo à solidariedade dos parceiros internacionais da Guiné-Bissau para que possam ajudar de imediato os órgãos de comunicação social e jornalistas com dinheiro ou equipamento.

    Recorde-se que os órgãos de comunicação social guineenses receberam nas últimas semanas apoio material das Nações Unidas e os meios estatais beneficiaram de ajuda financeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

    No entanto, Mamadu Candé receia que o auxílio concedido não esteja à altura da responsabilidade dos media para “criação de um clima de paz e tranquilidade que o povo merece e precisa de ter”.

    Sempre o apoio internacional

    As eleições presidenciais vão ser decididas entre José Mário Vaz, ex-ministro do PAIGC, Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, o maior partido do país, e Nuno Nabiam, independente apoiado por figuras do PRS, Partido da Renovação Social, principal partido da oposição.

    Entretanto, José Ramos-Horta, representante especial do secretário-geral da ONU para a Guiné Bissau, está confiante no desfecho deste pleito eleitoral, porque segundo ele, simboliza a esperança, tal como foi a primeira volta ocorrida a 13 de Abril.

    Por outro lado, Ramos-Horta, cujo mandato da ONU na Guiné-Bissau termina dentro de dois meses, acredita que o futuro do país depende agora e também, das promessas da comunidade internacional.

    Para o representante da ONU “todos na Guiné-Bissau se têm comportado com extraordinário civismo, num processo eleitoral que é o mais bem conseguido na história do país, em que mais de 80% dos eleitores votou e não houve uma única queixa ou reclamação”, sublinhou. (dw.de)

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