“Fraccionismo: Quem disse o quê no «Jornal de Angola» antes e depois do 27 de Maio de 1977”, da jornalista Leonor Figueiredo, chega às livrarias neste mês. Sim, este é o fatídico e histórico mês de Maio, e a modesta editora ELIVULU estreia no tema com este brilhante livro que juntamos à nossa colecção «Biblioteca de Cárcere».
Mas o nosso inimigo fidagal, de nome soberbo Covid-19, como se nos convidasse ao abismo, exige de nós cautela e criatividade ao agir. Pensamos num modelo de apresentação do livro em que gostaria que participasse, se se concretizar.
Pretendemos «lançar» o livro no próximo dia 27. A ideia passa por o fazermos num jardim, em Lisboa, com poucas pessoas amigas, com máscara e a indispensável distância social.
O que acha? Aparecia, se a coisa se concretizar?
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Deixamos um trecho da introdução:
É sempre necessário mergulhar nas fontes. Este trabalho pretende espelhar as páginas do «Jornal de Angola» (JA), entre os dias 1 de Janeiro e 11 de Dezembro de 1977 (final do I Congresso do MPLA), tendo como moldura os acontecimentos que se iniciaram a 27 de Maio. Não parte de qualquer versão sobre o que se passou, independentemente de ter sido uma tentativa de golpe de Estado liderado por Nito Alves, uma insurreição popular, ambas ou outra coisa – e que degenerou num marco sangrento da História Contemporânea de Angola.
Trata-se de interrogar o passado recente do 27, percorrendo o caminho do «fraccionismo» traçado diariamente pelo jornal do poder. Quisemos saber, no período pré-27, quem falou de «fraccionismo» e como se lhe referiu, além de verificar como este órgão de comunicação social noticiou, adjectivou e comentou, directa e indirectamente a «fracção» discordante da direcção do MPLA. No pós-27 de Maio, o foco incidiu no que foi noticiado e nos dados que daí se podem inferir, quer sobre o MPLA, quer sobre os «fraccionistas».