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    Oposição parlamentar desmente versão das autoridades sobre Cafunfo e avança com 28 mortes

    UNITA, CASA-CE e PRS refutam a ideia de assalto à esquadra da polícia e acusam as autoridades de atacar cidadãos

    Os deputados da UNITA, CASA-CE e PRS garantem que pelo menos 28 pessoas foram mortas, 21 ficaram feridas e 10 estão desaparecidas, na sequência dos confrontos registados no dia 30 de Janeiro na vila de Cafunfo, na província angolana da Lunda Norte.

    Em conferência de imprensa na terça-feira, 9, em Luanda, onde apresentaram um relatório sobre os incidentes, os líderes dos grupos parlamentares daqueles partidos na oposição disseram que “não houve qualquer tentativa de se assaltar uma esquadra” em Cafunfo, como disseram as autoridades.

    “Essa acção (assalto à esquadra) nunca existiu”, afirmou Benedito Daniel, do PRS, para quem foi “um facto teórico que habilidosamente foi criado”.

    Os moradores apenas “tentavam realizar uma manifestação pacífica, previamente comunicada às autoridades”, que não permitiram a sua realização, tendo ameaçado, dias antes, que “iriam disparar contra quem saísse à rua”, segundo Daniel.

    Dos contactos mantidos, o líder do PRS afirmou que os “manifestantes, aglomerados para iniciar a marcha, foram surpreendidos por efectivos da polícia e das FAA que surgiram e começaram a disparar indiscriminadamente”.

    Na mesma ocasião, Liberty Chiyaka, presidente do grupo parlamentar da UNITA, lembrou que a maioria dos angolanos vive “na indigência” e afirmou que quando um Governo não tem condições de honrar com os seus compromissos “deve pautar pela autodemissão”.

    Ele exortou os angolanos “a exigir a satisfação das suas necessidades e o cumprimento das promessas eleitorais”.

    Alexandre Sebastião André, líder da CASA-CE na Assembleia Nacional, pediu a responsabilização por este “drama”, que “mancha o Estado democrático e de Direito e a Constituição que proíbe a pena de morte”.

    “Estamos diante de uma contradição incomensurável”, afirmou Sebastião André, quem criticou a detenção de deputados da UNITA à entrada de Cafunfo, quando queriam inteirar-se da situação.

    As autoridades classificaram a marcha uma tentativa de assalto à esquadra de Cafunfo e justificaram a reacção das forças de segurança, como de protecção do Estado ante uma “rebelião”.

    A Polícia Nacional falou em seis mortes, enquanto a Amnistia Internacional confirmou a existência de 10 mortos e muito desaparecidos.

    Além de prisões por contabilizar, o Serviço de Investigação Criminal deteve em Luanda o líder do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima, que convocou a manifestação.

    Ele é acusado de associação de malfeitores e rebelião.

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    FonteVoA

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