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    Acordo com Eximbank reforça capacidade energética do país

    Angola poderá contar, a partir deste ano, com um reforço de 500 megawatts (MW) de energia eléctrica disponível, no quadro dos acordos de financiamento para investimento público assinados esta terça-feira com o Exibank, em Dallas, EUA.

    A informação foi avançada pela ministra das Finanças, Vera Daves, que disse esperar, com a materialização desses acordos, o aumento real da capacidade de geração de energia solar no país.

    Segundo a governante, que falava à margem da Cimeira Empresarial EUA-África, um dos acordos prevê a construção de duas centrais de energia solar e está avaliado em torno de 872 milhões de dólares.

    “Quando terminado, prevê uma segunda fase em que estão previstas acções de distribuição dessa energia, mas nessa primeira fase trata-se da instalação de painéis solares para aumentar a capacidade de produção de energia solar”, explicou.

    Dados do Governo angolano indicam que o país tem feito progressos no domínio da energia, sendo que, até 2023, tinha uma capacidade instalada de 6.283 megawatts, para responder a uma demanda que regista um consumo actual de 2.375 megawatts.

    De acordo com o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na Mensagem sobre o Estado da Nação, em 2023, a matriz eléctrica nacional comporta 59,79% de energia hidro-eléctrica, 35,74% de energia térmica, 3,81% de energia solar e 0,57% de energia híbrida.

    Conforme os dados apresentados, 63,6% da energia produzida em Angola é energia limpa de fontes não poluentes.

    A taxa de electrificação tem vindo a aumentar gradual e solidamente ao longo dos últimos anos, tendo saído de 36% em 2017 para 43% no I trimestre de 2023, mas o Governo pretende chegar a uma taxa de electrificação de 50% até ao ano de 2027.

    Para tal, foi concluído o parque solar do Caraculo, na província do Namibe, com uma capacidade de 25 megawatts, devendo, nos próximos tempos, ser ampliado para 50 megawatts, estando em construção mais cinco parques fotovoltaicos em diferentes províncias.

    Outros 100 megawatts de energia limpa estarão disponíveis em 2025 com a conclusão da Central de Energia Fotovoltaica da Quilemba, na província da Huíla.

    O Governo espera concluir até 2027 um amplo programa de electrificação rural já em curso, para levar energia eléctrica ao campo com o emprego de energia fotovoltaica em várias províncias, num total de 126 localidades para beneficiar cerca de 3 milhões de angolanos.

    A ministra das Finanças informou, por outro lado, que o país vai beneficiar-se de outro projecto de financiamento directo do Eximbank e dos Estados Unidos da América (EUA), para fornecimento de 186 pontes metálicas.

    As pontes, disse, vão facilitar a conexão em diversos pontos do país onde faltam pontes definitivas, sendo um projecto avaliado em torno de USD 427 milhões, negociado com a empresa Acro British.

    Ainda na terça-feira, conforme declarações da governante, foi assinado um terceiro acordo no domínio da comunicação social, em que o Eximbank não financia directamente o Estado, mas ajuda-o a conseguir financiamento a taxas de juro mais baixas, sendo o garante da operação.

    O Exibank, explicou Vera Daves, foi buscar financiamento junto de instituições financeiras, mas garante a operação, para permitir que esse financiamento seja o mais barato possível.

    Trata-se do projecto de modernização da Rádio Nacional de Angola avaliado em torno de USD 42 milhões, que visa ajudar na expansão do sinal de rádio às zonas recônditas.

    “Acreditamos que isso vai ajudar a democratizar a informação, levá-la aonde for necessário e aumentar a taxa de cobertura para cerca de 95 por cento depois de concluído o projecto”, considerou Vera Daves.

    Segundo a ministra, depois de assinados os acordos, há um conjunto de condições precedentes que devem ser cumpridas, como solicitar que o Tribunal de Contas vise os acordos de financiamento e a PGR emita uma opinião legal sobre os mesmos.

    Noutro domínio, Vera Daves informou que está a ocorrer, em paralelo, um processo de mobilização de financiamento para o “down payment”, sublinhando que, para a generalidade dos acordos assinados, o valor coberto é de cerca de 85 por cento.

    De acodo com a governante, estão a correr em paralelo processos para o financiamento do down payment que estão bastante adiantados, e a expectativa é de que, na melhor das hipóteses, “em 30 ou 90 dias” se observe o primeiro desembolso. ELJ/ART

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    FonteANGOP

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