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    João Lourenço: “Estamos tranquilos para ir ao exame e enfrentar o júri”

    O presidente João Lourenço assegurou, esta terça-feira (05), em Ondjiva, província do Cunene, que o MPLA está preparado para ir a exame e enfrentar o júri, numa clara alusão à disputa nas próximas eleições gerais, previstas para o mês de Agosto.

    Desta forma, e com uma frase à altura dos desafios, o líder dos camaradas foi bastante afirmativo, ao pronunciar um discurso, diante de uma população com mais de 60 mil almas que, desde as primeiras horas do dia, juntou-se para o ouvir, num acto de massas que serviu para o lançamento da pré-campanha do MPLA.

    A praça edificada na cidade de Ondjiva com o seu nome, “João Lourenço”, foi “assaltada” por militantes, amigos e simpatizantes, provenientes de todos os cantos do Cunene, que queriam ver e ouvir “o homem” que acabava de oferecer um canal de água-Cafu, para retirar do sufoco milhares de almas, incluindo o seu gado, de uma situação horrenda derivada de uma seca que teimava em fazer daquela região lugar de pouso. “Obrigado Presidente”: esta frase foi ouvida até ao dia de ontem, no acto de massas.

    “O facto de estarmos no fim deste mandato, significa que estamos às portas de prestar contas ao povo, porque, afinal, é ele o soberano”, disse o líder do MPLA, elevando a sua qualidade de homem humilde. “Nós, como bons alunos, que consideramos que nos preparamos suficientemente para este exame, estamos tranquilos… Vamos para o exame enfrentar o júri, que é o povo soberano, na certeza de que nos vai dar uma boa nota, uma nota positiva”, afirmou, sendo interrompido por minutos… Palmas, gritos e assobios.

    O povo não queria esperar. João Lourenço foi ovacionado pelos milhares de militantes durante o tempo todo, à medida que avançava com o discurso, era mais forte a ovação. A intenção do MPLA é ganhar as próximas eleições para dar continuidade ao “grande” trabalho que o Executivo vem realizando, referiu, de pronto.

    “Para que, nos próximos anos, haja ainda mais hospitais, escolas, universidades, mais PIIM, que está a levar as infra-estruturas aos municípios, para que haja mais Cafus, para vencer os desafios da seca, não apenas aqui no Cunene, mas em toda a faixa Sul do nosso país, nomeadamente no Cunene, Huíla, Namibe e Cuando Cubango, a fim de salvar vidas humanas e de animais”, enfatizou.

    Num discurso bastante interactivo e virado, sobretudo, para o balanço das grandes acções realizadas pelo Executivo, a favor dos angolanos, o presidente João Lourenço reconheceu que o MPLA perdeu, em cada uma das urnas, nas últimas eleições, cerca de 10 por cento dos votos, tendo, por isso, exortado os militantes a trabalharem arduamente a fim de, no próximo pleito que se avizinha, corrigir-se a baixa.

    “Temos de inverter, rapidamente, esta tendência, e vai ser agora, em Agosto. Não há tempo a esperar. Tem de ser agora”, encorajou os militantes. O líder do MPLA voltou a advertir os militantes sobre o uso da expressão “Já está”, que traduz a ideia de uma vitória antecipada. João Lourenço recordou que não obstante ser este o alvo do partido, vai implicar antes um trabalho árduo dos militantes. “Por muito bom lutador que se seja, precisa-se, sempre, de se preparar para a luta”, esclareceu.

    O adversário está com medo do júri

    Diferente do MPLA, que está preparado para ir ao exame e enfrentar o júri, João Lourenço referiu que o mesmo não acontece com os seus adversários políticos, por não se terem preparado para o desafio.

    “Como todos nós sabemos, quando se aproxima um exame, há aqueles alunos que ficam muito perturbados, muito inquietos, porque não se prepararam. Então, têm medo do júri. Sabem que vão reprovar”, frisou, tendo acrescentado que no momento em que deviam estudar, distraíram-se a fazer “coisas feias e a praticar actos de banditismo”.

    “Agora, o professor não vai perguntar nada sobre banditismo. Essa matéria não existe. Se quisermos transportar isso para a política, é a mesma coisa”, aclarou o Presidente, arrancando vivas e salvas de palmas. Referindo-se à analogia, João Lourenço realçou que os adversários políticos do MPLA estão em grupos de cábulas que não estudaram, em que, ao invés de se preocuparem em conceber um bom programa de governação, disseminar o seu conteúdo, de modo que os eleitores os conheçam e os defendam, estão a fazer tudo errado.

    “O único programa de Nação que eles têm é mobilizar alguns jovens radicais das cidades, dar-lhes meia dúzia de tostões para irem comprar uma cerveja, se calhar algo mais do que isso, para cometerem actos de vandalismo. Este é o programa de governação que, infelizmente, a nossa oposição tem”, afirmou.

    Face a este comportamento que descreveu, João Lourenço levantou as seguintes questões: “Então, quem quer cativar o voto do povo, destrói o povo?, Destrói autocarros usados pelo povo para se movimentar? Acha que isso é de alguém esperto?”

    A resposta não se fez esperar. Um não em uníssono veio da multidão. Seguidamente, o líder do MPLA voltou a perguntar: que nome se deve dar a quem assim procede? Sem voltas à cabeça, a multidão respondeu: burro. “Não fui eu quem o disse, concluiu João Lourenço.

    Referiu que os adversários políticos do MPLA querem combater o partido, destruindo as suas infra-estruturas, queimando as sedes, mobiliários e partir as paredes. Mas esquecem que a organização não são as paredes e sim as pessoas. “Eles deviam compreender que a violência não lhes vai levar a nada. Se eles acham que o caminho certo é este, destruir os comités do MPLA, podem destruir mais cem. Nós vamos construir mil. E não vamos pagar pela mesma moeda, porque não somos iguais a eles”, sentenciou.

    João Lourenço advertiu entretanto que esta reacção do MPLA não significa sinal de fraqueza, mas sim de civismo, educação e de respeito não só pela vida alheia como, também, de respeito pelo património do outro. Garantiu que a resposta a este comportamento da oposição vai ser dada nas urnas, com derrota. “A derrota deles não pode ser pequenita, tem que ser uma derrota grande, que lhes vai levar anos a se levantar”, sublinhou o presidente do MPLA, exortando os militantes à intensificarem os trabalhos de mobilização para vencerem o adversário com KO.

    “Acreditamos que o povo angolano não nos vai virar às costas. No dia do voto, vai segurar no nosso braço para darmos o KO aos nossos adversários”, realçou. João Lourenço disse ter levado todos os primeiros secretários das outras províncias, para que o povo do Cunene lhes ensine como se dá o KO, dado o facto de o seu principal adversário político perder sempre por maioria esmagadora naquela praça eleitoral.

    Crítica à Frente Patriótica Unida

    Na ocasião, o presidente do MPLA criticou a Frente Patriótica, por, disse, mesmo não estando ainda legalizada, já vai realizando actividades políticas. Comparou-lhe a um cidadão que, apesar de reprovado no exame de condução, sai conduzindo pelas estradas. “Não são eles que dizem defender a democracia mais do que nós, até dizem que trouxeram a democracia? Então, vocês que trouxeram a democracia não a respeitam? Agem como se ela fosse anarquia? É preciso não confundir democracia com anarquia, não obstante as duas palavras terminarem em a, não são a mesma coisa”, frisou João Lourenço, acrescentando: “Então, em Agosto, vamos mandar, também, os desencartados de novo para a escola de condução. É a única forma de os levar a respeitar o Estado”, concluiu o líder do MPLA.

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