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    Futuro de Adalberto Costa Júnior divide analistas em Angola

    Após ser reconduzido no cargo de presidente da UNITA, principal partido da oposição em Angola, o futuro de Adalberto Costa Júnior continua a ser tema de conversa nos círculos políticos e de opinião em Luanda.

    Analistas mostram-se divididos quanto a este desafio, enquanto Costa Júnior diz haver uma só receita para atingir a alternância do poder no país.

    “São muitas as convicções que nos dão força e garantia de que vamos vencer, vamos chegar lá e vamos ganhar, e quem está cansado vai mesmo para casa cuidar dos netos e vamos fazê-lo por via democrática, não há outra via”, afirma o líder da oposição.

    Entretanto, o jornalista e director do jornal Hora H é de opinião que o regime vai pará-lo.

    “O MPLA controla tudo em Angola, todas as instituições do Estado e pretende manter o poder a qualquer custo, por isso não vai medir consequências, fala-se que para o TC o presidente legítimo da UNITA continua a ser Isaías Samakuva”, argumenta Escrivão José, quem admite que “o tribunal vai arrastar a decisão sobre o congresso da UNITA, depois quando a fizer já será tarde e aí a UNITA vai ser obrigada a avançar com Samakuva como cabeça-de-lista.

    Aquele jornalista diz haver “rumores” de que João Lourenço já se reuniu com a presidente do TC, e afirma que “o MPLA tem a convicção de que deixar Adalberto Costa Júnior avançar como concorrente em 2022 é arriscado porque ele conta com apoio, inclusive da sociedade civil.

    Por seu lado, o jornalista e analista político Tony Tamba tem opinião diferente.

    “Vi um artigo recentemente que me alertou para uma situação em que o Presidente João Lourenço ter-se-á reunido com a presidente do TC, para voltar a travar o processo da UNITA, mas eu particularmente não acredito nisso, não creio que João Lourenço hoje volte a fomentar outro caso para impedir ACJ porque isto teria custos imensos, mancharia de vez a reputação do Presidente da República e do seu partido”, sustenta Tamba.

    O cientista político Hitler Samussuco, integrante do conhecido grupo dos 17 activistas detidos em 2015, alinha-se pelo mesmo diapasão na análise.

    “Independentemente de qual vai ser a decisão do TC, eu estou bastante optimista e creio que não vai vingar, e Adalberto Costa Júnior vai mesmo ser Presidente da República, ele já mostrou ao MPLA que não teme enfrentar o seu candidato”, diz Samussuco, quem admite “um colapso no MPLA porque o partido está numa fase em que perdeu o controlo da situação”.
    Esta situação pode ser perigosa, na visão de outro cientista político.

    “Quando um regime autocrático entra em desespero tudo é possível e os cenários podem não ser bons, a UNITA vai insistindo em lutar democraticamente e isto é legítimo, mas o adversário o MPLA insiste em lutar ao contrário, isto é é mau”, alerta Olívio Kilumbo.

    Savimbi confiante

    No seio da UNITA, Massanga Savimbi, dirigente e filho do fundador da UNITA diz que “aprendemos com tudo isto, tiramos boas ilações e juntos vamos para a disputa do poder próximo ano”.

    “A missão não é fácil sabemos disso, a nove meses da disputa eleitoral e o nosso julgamento seja feito pelo povo em 2022”, conclui o filho de Jonas Savimbi.

    Adalberto Costa Júnior foi eleito presidente da UNITA no dia 4, com 96 por cento dos votos dos 1.141 delegados, que exerceram o seu direito de voto no XIII Congresso.

    No seu discurso de posse, Costa Júnior assumiu ter-se candidatado com “o propósito de liderar a UNITA para a governação do país e resgatar a liberdade, a dignidade e a justiça e para realizar a inclusão social”, bem como para “o resgate da soberania da UNITA e para dar autonomia aos membros decidirem sobre a sua liderança”.

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