Quando um casal decide casar, além da preparação do banquete e de outras questões, é necessário escolher os padrinhos. Os critérios são muito variados.
Uns apostam em pessoas de grandes posses, capazes de suportar as despesas da realização do casamento e outras que possam surgir no decurso da vida conjugal, enquanto outros preferem escolher pessoas da família, amigas ou da sua religião.
Armanda da Mata escolheu a sua melhor amiga, Áurea Duarte, para madrinha de casamento. Justificou a sua eleição com o facto de Áurea ter sido aquela que “acompanhou a minha relação desde o princípio até à data em que decidimos unir-nos”.
A amizade que as une tem mais de 13 anos e vem desde o ensino básico. A partir do momento em que foi escolhida como madrinha de casamento de Armanda, a amiga participou em tudo e “até pagou o copo de água”.
Madrinha é segunda mãe
Maria da Gama é madrinha de quatro casamentos, entre os quais os de duas sobrinhas, uma prima e um sobrinho. Fruto da experiência vivida, considera que a madrinha é uma “segunda mãe, que além de testemunhar a união do casal tem a função de ajudar e orientar os recém-casados”.
Por isso, aconselha os futuros casais a escolherem para padrinhos “aquelas pessoas que tenham tudo a ver com eles, pois hoje em dia nota-se que os padrinhos já não participam tanto como deviam”. E vai mesmo mais longe, ao afirmar que muitas pessoas escolhem os padrinhos, “não pela amizade, mas sim pela questão financeira. Muitos desses padrinhos apenas dão o dinheiro, assinam o livro na conservatória e nem sequer vão à festa. Aí acaba o seu papel”.
Escolhas erradas
João Carlos não tem dúvidas que se enganou na escolha feita. A pessoa que convidou para madrinha pareceu-lhe acertada na altura, mas a verdade é que nos momentos cruciais ela nunca tinha tempo. “Quando faltavam quatro meses para a cerimónia do casamento, fazíamos tudo por telefone. Por último, no dia do casamento, ligou a dizer que não ia poder aparecer, mas mandava o seu irmão para assinar, e assim foi”. João Carlos lamenta: “Acabei por ficar com o irmão daquela que ia ser minha madrinha”.
Casado há já algum tempo, salientou que apenas teve contacto com o padrinho que assinou o livro duas vezes. “Sou um homem casado que sei o que quero, tenho poucos problemas no meu casamento e não preciso de terceiros, quer do ponto de vista financeiro, quer psicológico ou espiritual”, sublinha. No entanto, aconselha as pessoas que são convidadas para apadrinharem uma relação, a analisarem bem a situação antes de aceitarem as propostas e, se aceitarem, devem estar conscientes de que não devem desmarcar o compromisso à última hora.
Suzeth João, líder da Igreja Teosófica Espírita há 24 anos, condena aquelas pessoas que escolhem padrinhos sem experiência de vida e sem condição moral. O padrinho ou madrinha de casamento, segundo ela, são a continuação da família dos noivos. Ser padrinho e madrinha de casamento tem um significado religioso, é estar a assumir um compromisso de ajudar aqueles noivos a manterem o matrimónio sempre vivo, alerta Suzeth.
Aconselha, por isso, os noivos, a escolherem padrinhos casados no registo civil e religioso, com uma vida espiritual regrada e boa conduta. Sugere, ainda, que os futuros padrinhos não sejam membros da família, para que em caso de desentendimentos não tomem o partido do familiar.
Fonte: JA