A produção de petróleo da Opep caiu em abril, revelou uma pesquisa da Reuters na terça-feira, refletindo exportações mais baixas do Irão, Iraque e Nigéria, num cenário de cortes voluntários de fornecimento em curso por parte de alguns membros acordados com a aliança mais ampla da Opep+.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo bombeou 26,49 milhões de barris por dia (bpd) este mês, uma queda de 100 mil bpd em relação ao total de março, revelou a pesquisa, baseada em dados de navegação e informações de fontes da indústria.
Vários membros da OPEP+, que inclui a OPEP, a Rússia e outros aliados, fizeram novos cortes em janeiro para contrariar a fraqueza económica e o aumento da oferta fora do grupo, principalmente dos Estados Unidos, Brazil e Guiana. Os produtores concordaram em março em manter os cortes até o final de junho.
A OPEP+ deverá reunir-se em 1 de junho para decidir os próximos passos da sua política de produção.
As maiores reduções de produção em abril vieram do Irão, da Nigéria e do Iraque, concluiu o inquérito.
A produção no Irão, isenta de quotas, caiu em relação ao valor revisto em alta de março, que igualou o máximo dos últimos cinco anos alcançado em novembro, concluiu o inquérito. O Irão registou um dos maiores aumentos de produção da OPEP em 2023, apesar das sanções dos EUA ainda em vigor.
O Iraque prometeu em março reduzir as exportações para compensar o bombeamento acima da meta da Opep, mas dados divulgados na segunda-feira mostraram que o país não cumpriu a promessa no mês passado. A produção de abril caiu ligeiramente em relação a março, de acordo com a pesquisa.
A produção nigeriana diminuiu, com as exportações a caírem mais acentuadamente, de acordo com alguns rastreadores de navios, à medida que a refinaria de Dangote recebia mais cargas. Uma interrupção afetou brevemente o fluxo de produção do Bonny, disse uma fonte.
A OPEP ficou cerca de 140 mil bpd aquém dos cortes previstos em abril, em grande parte devido ao facto de o Iraque e o Gabão terem bombeado mais do que pretendiam, concluiu a pesquisa. A Nigéria está a produzir abaixo da sua meta, ao contrário do que aconteceu no início do ano.
A produção saudita aumentou e houve pequenos aumentos no Congo, Guiné Equatorial e Gabão, concluiu a pesquisa.
A pesquisa da Reuters visa rastrear a oferta ao mercado e é baseada em dados de transporte fornecidos por fontes externas, dados de fluxos LSEG, informações de empresas que rastreiam fluxos – como Petro-Logistics e Kpler – e informações fornecidas por fontes de empresas petrolíferas, OPEP e consultores.