O Presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, anunciou na segunda-feira a abertura de um inquérito após a publicação de uma carta aberta do ex-presidente Olusegun Obasanjo que o acusa de ter criado um comando encarregue de assassínios políticos.
Obasanjo, que foi presidente da Nigéria entre 1999 e 2007, dirigiu a carta aberta ao Presidente Jonathan a 02 de Dezembro, na qual lhe aponta numerosas falhas e o acusa de formar uma milícia privada para assassinar os seus rivais políticos.
Membro fundador do partido de Jonathan, o Partido Democrático Popular (PDP), Obasanjo também acusou o Presidente de incompetência grave e exortou-o a não se candidatar às presidenciais de 2015.
A carta do antigo Presidente fez as manchetes dos jornais na Nigéria, o país mais populoso de África, e o Presidente Jonathan declarou sentir-se obrigado a responder publicamente à missiva que, segundo ele, “ameaça a segurança nacional”.
“O ataque mais odioso na sua carta é talvez o que me acusa de ter colocado um milhar de nigerianos sob vigilância devido às suas actividades políticas e de estar a formar atiradores furtivos para assassinar pessoas”, escreveu Jonathan numa carta de resposta.
O Presidente nigeriano rejeita todas as acusações de Obasanjo, considerando-as “sem fundamento” e “incompreensíveis”, e exige que este apresente provas.
O chefe de Estado adianta ter “ordenado às agências de segurança e pedido à comissão nacional dos direitos humanos para realizarem um inquérito sobre as acusações criminais e para divulgarem publicamente as suas conclusões”. Além do seu antigo aliado Obasanjo, o Presidente perdeu vários outros apoios políticos nas últimas semanas.
Cinco governadores de estados nigerianos juntaram-se no mês passado ao partido da oposição APC, seguidos na semana passada por 37 deputados do PDP, que fizeram com que o partido presidencial perdesse a maioria parlamentar.
Se se candidatar em 2015 – o Presidente ainda não disse se o fará, indicando na carta que se pronunciará “em momento oportuno” -, Jonathan violará uma regra tácita do PDP de que depois de um cristão do sul, como ele, se apresentará um muçulmano do norte.
As duas religiões contam cada uma com perto de metade dos 170 milhões de habitantes da Nigéria. (jornalnoticias.co.mz)
