O MPLA, partido no poder em Angola, testemunhou na quarta-feira, a cerimónia de abertura do IX Congresso Ordinário do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), realizado numa unidade hoteleira da cidade de Bissau.
A delegação do maior partido de Angola ao evento foi encabeçada pelo Secretário do Bureau Político do MPLA para as Relações Internacionais, Julião Mateus Paulo “Dino Matross”, integrando militantes de alto escalão como Brito Sozinho e Maquento Sebastião Lopes.
A cerimónia, que congregou 1233 delegados eleitos nas diferentes regiões do país e na diáspora, decorre sob o lema “PAIGC Unido na disciplina pelos ideais de Amílcar Cabral ao serviço da paz, estabilidade e desenvolvimento da Guiné-Bissau”, e teve igualmente testemunhas do PAICV (Cabo Verde), MLSTP (São Tomé), PSD e PCP (Portugal), UNIP (Zâmbia), Frelimo (Moçambique), SACP (África do Sul), Frente Polisário e Internacional Socialista, além do corpo diplomático e organizações internacionais acreditados na Guiné-Bissau.
De referir que o conclave decorrerá até ao próximo domingo, dia 4 de Fevereiro, e acontece num clima de elevada “tensão”, porquanto os Libertadores foram impedidos de realizá-lo na sua sede, em consequência de impedimentos da Polícia Nacional que justificam a sua acção em resposta a decisões judiciais.
Solidariedade
O líder do PAIGC e seus aliados (18 formações políticas integradas no Coletivo dos Partidos Políticos Democráticos) reuniu-se quinta-feira com os partidos congéneres convidados ao IX Congresso, tendo informado que a situação mantém-se e que a sede continua fechada.
No entanto, mantém firme o objectivo de concretização do conclave para posteriormente remeter às instâncias competentes os documentos comprovativos da realização do magno evento.
Por sua vez, o chefe da delegação do MPLA, Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse”, disse esta formação política está na Guiné-Bissau para se solidarizar com o PAIGC e apoiar os “camaradas do Partido”.
Lembrou que durante a luta de libertação, “os dois partidos sempre estiveram juntos e continuarão sempre juntos em todos os momentos”.
Incrédulo com o que assitiu, lamentou, na ocasião, o facto de o conclave estar a acontecer em clima de forte tensão, fundamentada nas acções das forças da ordem que “sequestraram” a sede do Partido, local que deveria inicialmente acolher o magno evento.
“Já participei, em representação do meu partido-MPLA, em muitos Congressos, quer seja em África, na Europa, etc, mas nunca vi uma coisa dessas”, sublinhou, realçando que trata-se de uma “situação anormal”. No entanto, afirmou que a delegação do partido vai manter-se em Bissau até ao último dia dos trabalhos do IX Congresso dos Partido dos Libertadores.
No âmbito do magno encontro, os dirigentes do MPLA participam sexta-feira, em Rubane, uma ilha situada no sector de Bolama Bijagós, numa reunião dos partidos políticos históricos de libertação.
O IX Congresso do PAIGC vai eleger o presidente do Partido, sendo que Domingos Simões Pereira concorre a sua própria sucessão. (Angop)