O líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, assumiu hoje no Huambo, centro de Angola, num comício integrado na campanha eleitoral para as eleições gerais de 31 deste mês, o seu compromisso no apoio ao setor privado angolano.
“Eu assumo, em nome do MPLA, o compromisso de reforçar o apoio de todo o tipo aos empresários angolanos, para que eles tenham empresas fortes que ocupem um grande espaço no nosso mercado. Não são só as grandes empresas estrangeiras, como a Teixeira Duarte, a Odebrecht, a Total-Elf, a Chevron, etc., que devem prosperar e levar grande parte do dinheiro que ganham para os seus países”, asseverou citado pela agência Angop.
José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola desde 1979, garantiu na ocasião que o Estado “vai continuar a retirar-se da produção de bens e serviços para que esta tarefa seja levada a cabo pelas pequenas, médias e grandes empresas privadas” angolanas.
“O dinheiro que elas ganham fica no nosso mercado e, além disso, devemos incentivá-las a fazer mais investimentos, a criar mais empregos e a pagar bem aos seus trabalhadores”, destacou.
José Eduardo dos Santos defendeu ainda que os angolanos que mantêm poupanças no estrangeiro, onde efetuam investimentos, o depositem na banca angolana, realizando os seus investimentos no país.
“Nós não fazemos uma política contra os angolanos ricos. Pelo contrário. Queremos que eles contribuam para o desenvolvimento nacional”, frisou, segundo a Angop.
Relativamente ao próximo mandato, José Eduardo dos Santos garantiu que o MPLA e o seu governo vão intensificar uma “política firme de luta contra a fome e a pobreza”, porque, explicou, “a meta é a construção de uma sociedade de bem-estar social, sem pobreza”.
O líder do MPLA disse ainda que vão ser necessários cerca de 14 mil milhões de euros para executar o Programa de Investimentos Públicos no setor elétrico, designadamente na produção e distribuição de eletricidade.
Aquela verba sairá do orçamento do Estado e de empréstimos que o Estado vai contrair.
“Eu não tenho receio de assumir esse compromisso, porque estou rodeado de quadros capazes de garantir o cumprimento desse plano”, assegurou.
Antes do comício no Huambo, José Eduardo dos Santos inaugurou na Caála, a barragem do Gove, empreendimento com capacidade de produção de 60 megawatts.
A obra, orçada em cerca de 225 milhões de euros, foi construída pela empresa brasileira Odebrecht.
O início da construção foi em 1969, mas em 1975, com a guerra civil angolana, as obras foram interrompidas, tendo sido retomadas em 1983.
Em 1986 foram novamente interrompidos os trabalhos, com novo recrudescer da guerra civil na região.
A barragem chegou a ser destruída parcialmente em 1990, depois de ter sido dinamitada, reiniciando-se finalmente as obras em 2001.
A província do Huambo foi a quinta a ser visitada por José Eduardo dos Santos no âmbito da campanha eleitoral.
A próxima deslocação está agendada para sexta-feira à província da Huíla, centro sul do país.
Angola realiza eleições gerais a 31 de agosto, que vão definir a composição do parlamento e os nomes do Presidente e vice-presidente, nomeados a partir do número um e número dois da lista do partido mais votado.
FONTE: Lusa