O Irão está respeitando as principais restrições impostas por um acordo nuclear de 2015 com grandes potências às suas actividades nucleares, disse um relatório confidencial da agência atómica da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira.
Em seu segundo relatório trimestral desde que o presidente Donald Trump anunciou, em maio, que os Estados Unidos deixariam o pacto e readoptariam sanções, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) disse que o Irão vem respeitando os limites dos níveis de enriquecimento de urânio, dos estoques de urânio enriquecido e de outros itens.
Em seu parecer de maio a AIEA havia dito que Teerão poderia fazer mais para cooperar com os inspectores e assim “aumentar a confiança”, mas não chegou a dizer que a República Islâmica era motivo de preocupação. O relatório desta quinta-feira a países-membros, visto pela Reuters, usa uma linguagem semelhante.
Segundo ele, a agência da ONU sediada em Viena conseguiu realizar todas as chamadas inspecções de acesso complementares necessárias para verificar o cumprimento iraniano do acordo.
“A cooperação oportuna e pro-activa do Irão ao providenciar tal acesso facilita a implementação do Protocolo Adicional e aumenta a confiança”, disse o relatório distribuído aos países-membros da AIEA.
“O ritmo de produção (de urânio enriquecido) é constante. Não há absolutamente nenhuma mudança”, acrescentou um diplomata graduado.
Como os EUA reimpuseram ao Irão as sanções que haviam sido suspensas em respeito ao acordo nuclear, muitos diplomatas e analistas agora duvidam que o pacto sobreviva, apesar dos esforços da União Europeia para contrabalançar alguns dos efeitos da medida de Trump. (Reuters)
por Francois Murphy e Robin Emmott
