A Alta Comissão Eleitoral da Líbia propôs adiar por um mês a eleição presidencial inicialmente marcada para 24 de Dezembro.
Pouco antes desta declaração, foi a comissão parlamentar que concluiu pela impossibilidade de realizar as eleições presidenciais nessa data. Entre os motivos desse adiamento, a autoridade eleitoral cita a legislação inadequada sobre o papel da justiça em recursos e disputas.
Na verdade, a eleição da Líbia é bastante peculiar no sentido de que o Parlamento, com sede em Tobruk, no leste, ratificou sem votação em Setembro, uma polêmica lei eleitoral feita sob medida para o autoproclamado Marechal Khalifa Haftar, que controla de facto o leste e parte do sul do país. Outra preocupação é o perfil dos candidatos, que parece comprometer o processo pós-eleitoral.
Não houve período de campanha, os líbios não têm ideia em quem vão votar, quais são os seus programas, se é que têm programas, por isso as condições não são propícias para um processo eleitoral desta envergadura. A missão de apoio das Nações Unidas na Líbia está bem ciente disso, ainda que se considere capaz de conduzir as eleições de forma técnica, sublinhou Amanda Kadlec, analista e membro dos Estados Unidos Grupo de especialistas em Nações sobre a Líbia.
No total, concorrem 70 candidatos entre os mais conhecidos, está Khalifa Haftar acusado de crimes de guerra no Oriente, Saif Al Islam, filho do ex-líder líbio condenado à morte em 2015, mas que acabou por ser libertado. O ex-ministro do Interior Fathi Bachagha e o ex-vice-primeiro-ministro Ahmed Meitig também concorrem ao pleito.
A eleição presidencial ocorrerá a menos que haja uma mudança de última hora em 24 de Janeiro de 2022. Para tal, o Parlamento prometeu adoptar as medidas necessárias para facilitar o processo eleitoral.