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    Sudão: Violência e protestos eclodem pelo país

    Manifestantes exigem a destituição do Presidente Omar al-Bashir, no poder desde 1989. A nação subsaariana tem sido dominada pela inflação crescente, moeda fraca e escassez de alimentos.

    Segundo informa a DW África, na sua edição de segunda-feira, 24, os sudaneses foram às ruas neste domingo (23.12), pelo quinto dia, enfrentado gás lacrimogêneo e prisões, após a onda de distúrbios que toma conta da nação subsaariana desde quarta-feira. Os protestos foram desencadeados pelo acentuado aumento no preço do pão – um alimento básico para a maioria dos sudaneses, mas também estão relacionados à falta de comida e combustível. Os manifestantes exigiram que o Presidente de longa data, Omar al-Bashir, renuncie.

    Na capital, Cartum, a polícia sudanesa disparou gás lacrimogêneo contra fãs de futebol que protestavam contra o Governo na noite deste domingo. Em meio à forte presença policial, os manifestantes se reuniram em Omdurman, no centro de Cartum, e gritavam: “Liberdade! Liberdade!”.

    Manifestações aconteceram em várias outras cidades. Cerca de 600 moradores da cidade de Um Rawaba, 200 quilómetros a sudoeste de Cartum, reuniram-se no mercado gritando “o povo quer a queda do regime”, avançou a agência de notícias France Presse.

    Nas ruas, manifestantes queimaram pneus e galhos e tentaram invadir um prédio do Governo, mas foram repelidos por agentes de segurança, disseram testemunhas.

    Com os protestos crescentes, sindicatos profissionais anunciaram uma greve de médicos indefinida no domingo, num movimento que deve ser a primeira de várias paralisações.

    Exército com Bashir

    Desde que a agitação começou, na quarta-feira, a polícia tem usado gás lacrimogêneo contra manifestantes, e autoridades declararam estados de emergência e toques de recolher em vários estados para impor a ordem.

    Segundo dados oficiais, pelo menos oito pessoas morreram em confrontos com a polícia. Mas o principal líder da oposição no Sudão, Sadiq al-Mahdi, disse que o número de mortos é maior, com 22 pessoas vítimas do considera ser uma “repressão armada”.

    A agência de notícias oficial do Sudão, SUNA, informou neste domingo que as autoridades prenderam uma “cela de sabotadores” que planejava “atos de vandalismo” na capital.

    Entretanto, os militares do Sudão prometeram, num comunicado militar, o apoio ao Presidente Bashir. “As forças armadas afirmam que apoia a sua liderança e o grande interesse em salvaguardar as realizações do povo e a segurança do país”.

    Problemas económicos

    A nação subsaariana vem sofrendo com dificuldades económicas que incluem a escassez de moeda estrangeira e uma inflação crescente – atualmente em cerca de 70%. A escassez de combustível e comida nas últimas três semanas já atinge várias cidades, incluindo a capital, Cartum.

    O Presidente Bashir é membro do “establishment” militar do Sudão que dominou o país desde a independência do Governo anglo-egípcio, em 1956. Chegou ao poder depois de se unir aos islamistas no golpe militar de 1989, que derrubou o Governo livremente eleito.

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