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    Sida: Dependência financeira das mulheres é factor de risco

    Um novo estudo chegou à conclusão que uma maior independência financeira das mulheres nos países em desenvolvimento é sinónimo de  menor incidência de Sida e de outras doenças venéreas.

    A pobreza, o analfabetismo e a desigualdade entre os géneros masculino e feminino são factores que tornam as mulheres mais vulneráveis às doenças transmitidas sexualmente.

    Os problemas começam quando as raparigas recorrem a homens mais velhos procurando ajuda financeira para elas próprias ou para as suas famílias. Esses homens muitas vezes estão infectados com o vírus do Sida ou padecem de outras doenças venéreas.

    Estas são as conclusões de um estudo levado a cabo no distrito de Zomba no Malawi e envolvendo um grupo de mulheres com idades compreendidas entre os 13 e os 22 anos.

    No início do estudo todas as mulheres eram solteiras. Berk Ozler, um economista do Banco Mundial participou no estudo e salientou o seguinte: “Sabiamos que o Malawi era um país pobre com um grave problema de Sida particularmente entre jovens mulheres no sul do país. Começamos portanto aí tentando determinar se a oferta de pequenas quantias de dinheiro podiam reduzir o risco de infecção.”

    Ozler afirmou por outro lado que a educação pode considerar-se uma “vacina social” contra o Sida e contra outras doenças. Contudo, salientou, muitas das raparigas tinham desistido da escola: “ Muitas vezes as raparigas desistem da escola demasiadamente cedo aos 14 ou 15 anos. Pouco depois chegam à puberdade e casam-se. Quanto mais cedo casam maior é a diferença de idade dos seus maridos ou dos seus parceiros sexuais. Trata-se de sexo não protegido com homens mais velhos com um significativo potencial de serem seropositivos.”

    Aquele especialista afirma que se as raparigas tivessem relações sexuais com homens da sua idade o risco de contrair Sida seria muito menor.

    Ozler acrescenta que a taxa de seropositividade entre os rapazes adolescentes no Malawi é praticamente nula.
    O estudo ofereceu ás raparigas pagamentos mensais em dinheiro, cerca de 10 dolares. A algumas foi dado o dinheiro sem condições , outras receberam os fundos com a condição de irem regularmente à escola.

    Segundo salientou Ozler, verificou-se uma mudança de comportamento entre aquelas que receberam o dinheiro: “As raparigas sexualmente activas continuaram activas, mas, escolheram, parceiros diferentes. Elas privilegiaram rapazes da sua idade que têm muito menos hipótese de estarem infectados pelo Sida.”.

    O estudo demonstrou também que aquelas raparigas tinham em geral uma baixa taxa de seropositividade e que tinham igualmente índices muito baixos de outras doenças venéreas.

    Ozler afirmou que é no entanto necessária mais pesquiza para determinar se programas do género poderiam ter sucesso noutros países em desenvolvimento.

    Fonte: VOA

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