Angola é o único país lusófono, num grupo de 10 da África Subsaariana, abrangido por um programa de ensino da língua inglesa lançado oficialmente ontem em Dakar, no Senegal, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt.
Segundo a Lusa, citada pelo Jornal de Angola, nos próximos dois anos, o programa “English Connects” vai apoiar o ensino e a aprendizagem em países onde o inglês não é muito falado, com ênfase na aprendizagem à distância pela Internet.
O instituto de promoção da anglofonia, British Council, pretende chegar a 7,5 milhões de jovens todos os anos, começando pelos francófonos Senegal, Costa do Marfim e Mali, seguindo-se, posteriormente, Níger, Camarões, Gabão, Guiné, Djibuti, República Democrática do Congo e, por fim, Angola, o único lusófono.
A visita de Jeremy Hunt é a primeira de um ministro dos Negócios Estrangeiros britânico ao Senegal em quase 20 anos.
A viagem ao continente africano, com a duração de cinco dias, inclui escalas no Ghana, Nigéria, Etiópia e Quénia e faz parte de um esforço da diplomacia britânica em fortalecer os laços bilaterais com a região, tendo em conta o processo de saída do Reino Unido da União Europeia e o desejo de desenvolver os acordos comerciais após o “Brexit”.
“África é um continente que cresce a um ritmo extraordinário, cheio de potencial transformador. Num futuro em que o Reino Unido já não será membro da UE, quero que trabalhemos dentro e ao lado das nações africanas para garantir que, juntos, combatamos as ameaças que todos enfrentamos e aproveitemos as oportunidades abertas às pessoas onde quer que elas vivam”, refere um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico destaca que o programa do British Council pretende não só ensinar a língua inglesa neste grupo de países maioritariamente francófonos, mas “ligar o Reino Unido à juventude africana e às futuras gerações de líderes” bem como ajudar o país a tornar-se no “novo parceiro de referência em toda a África”.
O programa representa um investimento de 3,9 milhões de libras (5,031 milhões) ao longo de dois anos, partilhados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pelo British Council. Envolve outras instituições de ensino, como a Universidade de Manchester, as fundações St Giles Educational Trust e Publisher Garnet Education e a Universidade de Cardiff.
