A directora da maternidade provincial do Kwanza-Sul, Francisca Kuaya, afirmou ontem, no Sumbe, a sua preocupação perante o número crescente de gravidezes precoces entre adolescentes, que recorrem à instituição hospitalar para acompanhamento médico.
Francisca Kuaya adiantou que, entre Janeiro e Julho, foram atendidos 625 casos de gravidezes precoces, um aumento de 311 casos em relação ao mesmo período do ano passado.
Na sua perspectiva, os pais e encarregados de educação devem ter em conta esse fenómeno social, devendo por isso privilegiar o diálogo permanente com as filhas, sob pena de no futuro ele poder atingir proporções alarmantes.
Outra situação que preocupa a directora da maternidade provincial tem a ver com o facto de algumas famílias do meio rural usarem medicamentos tradicionais para acelerar o parto das gestantes, algumas das quais só são encaminhadas para unidades hospitalares quando há complicações.
Entre os meses de Janeiro e Julho, a instituição atendeu 856 casos nas especialidades de ginecologia, 438 na de neonatologia e 3.222 em obstetrícia. Ainda no mesmo período, foram feitos 2.153 partos normais e 656 cesarianas. Sobre a taxa de mortalidade, referiu que ela diminuiu, fruto do acompanhamento médico durante as consultas pré-natais.
A maternidade provincial do Kwanza-Sul, com 80 camas disponíveis, tem serviços de neonatologia, ginecologia e obstetrícia e um corpo clínico composto por 19 médicos, dos quais dez nacionais e nove estrangeiros, e 79 enfermeiros. Fruto da paz e estabilidade política que se vive no país, há dez anos, a rede sanitária tem estado a melhorar significativamente com a reabilitação e construção de estabelecimentos de saúde em todo o território nacional.
Além da política de humanização da saúde, o Ministério da Saúde tem implementado, há já algum tempo, o programa de municipalização, reforçando os serviços de saúde nas comunas, bairros, vilas e aldeias, a fim de descongestionar os hospitais de primeira linha a nível do Serviço Nacional de Saúde.
Os casos de doentes que precisam de um atendimento mais especializado é que são enviados para os hospitais de referência espalhados por todos os centros urbanos do país.
Fonte: JA