Líder parlamentar socialista fecha com estrondo a porta ao entendimento com a maioria. “Milagre económico de que se gaba Portas fez-se à custa do empobrecimento dos portugueses”.
Na abertura das jornadas parlamentares do PS, Alberto Martins fechou com estrondo a porta ao entendimento com a maioria, que PSD e CDS têm acenado com insistência nas duas últimas semanas – primeiro quanto ao Documento de Estratégia Orçamental, a apresentar até abril, e agora quanto à reforma do Estado, que os sociais-democratas recuperaram no seu congresso deste fim de semana. “Não contem connosco para mais austeridade”, atirou.
O líder parlamentar insistiu na crítica socialista ao que tem sido a governação de Passos Coelho e Paulo Portas, nestes 32 meses, pintando um quadro bem diferente daquele que o Governo apresenta. “Nestes quase três anos, temos alguns dados expressivos”, apontou Alberto Martins, elencando o recuo do PIB, o crescimento do desemprego real para um “milhão e 100 mil”, com um programa de ajustamento que foi transformado em “programa de empobrecimento”.
O deputado socialista assinalaria mais à frente que o “milagre económico de que se gaba Portas fez-se à custa do empobrecimento dos portugueses”, notando que cada vez que se aproximam eleições o Governo PSD/CDS acena com a necessidade da reforma do Estado, a “nova máscara de austeridade que querem continuar a impor aos portugueses”. “Não contem connosco para isto, não contem connosco para mais austeridade”, sintetizou.
“Tudo isto, note-se bem, só depois das eleições europeias”, registou Martins, sobre o calendário que o Governo aponta para “novos cortes”.
Depois o líder parlamentar apontava o facto destas eleições serem “tão importantes” para mudar de política na Europa. Foi durante este momento do seu discurso que entrou na sala Francisco Assis, o deputado e membro do Secretariado Nacional do PS que António José Seguro anunciou no domingo como cabeça de lista às europeias. (dn.pt/politica)
