O ministro da Defesa português, José Pedro Aguiar-Branco, defendeu hoje que a CPLP deve evitar “na medida do possível a intervenção bélica” na resolução de conflitos entre os países da organização, atuando preventivamente contra potenciais focos de instabilidade.
José Pedro Aguiar-Branco advogou a relevância da cooperação militar no seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em declarações à Lusa em Maputo, à margem de uma visita que realizou ao Centro de Análise Estratégica da CPLP em Maputo.
Em situações de instabilidade cíclica como na Guiné-Bissau, que sofreu um novo golpe de estado a 12 de abril, José Pedro Aguiar-Branco insistiu na necessidade de a organização agir com cautela.
“O que se exige a uma organização como a CPLP é que tenha sempre uma análise cuidada e uma atenção especial em desenvolver uma atividade que tenha e acautele os interesses dos países membros e que na medida do possível não haja intervenções de carácter bélico”, afirmou o ministro da Defesa de Portugal.
Nessa perspetiva, assinalou José Pedro Aguiar-Branco, a organização deve apostar numa ação preventiva que neutralize antecipadamente os fatores de conflitualidade nos países membros.
“A defesa começa precisamente por ter estratégias que evitem a existência de conflitos”, sublinhou o titular da Defesa português, que cumpriu hoje o segundo dia da visita que realiza a Moçambique.
José Pedro Aguiar-Branco afastou o risco de a cooperação militar na CPLP ser afetada pela conjuntura económica difícil que Portugal atravessa, defendendo o imperativo de os membros da organização capitalizarem a partilha e a racionalidade na utilização de recursos.
“Eu acho é que se exige que se faça uma gestão mais eficiente, que se partilhem mais recursos e se definam melhor as prioridades. Os constrangimentos exigem mais criatividade e inovação de nós”, realçou o ministro português da Defesa.
Fonte: Lusa