Os ministros de Estado encontraram-se em Pequim, onde Vítor Gaspar foi procurar apoio para a dívida pública portuguesa e Paulo Portas exercer a diplomacia económica em visita oficial Fotografia © Céu e Silva/DN
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, revelou hoje em Pequim que “a China está disponível para operacionalizar a sua disponibilidade para apoiar Portugal nos seus esforços de normalizar o acesso aos mercados de dívida pública”.
Após uma ronda de reuniões ao longo de um dia de uma visita relâmpago àquele país, com contactos sucessivos no Ministério das Finanças, o Banco Popular da China e com o governador do Banco Central da China, no âmbito do acordo de parceria estratégica entre os dois países, o ministro Vítor Gaspar considerou ter obtido da República Popular da China a sinalização do, disse, “interesse e disponibilidade num quadro amplo de cooperação estratégica e sob várias formas de operacionalizar o seu apoio a Portugal nos seus esforços de normalizar o acesso aos mercados de dívida pública”.
O ministro recusou-se, no entanto, a especificar se a China irá comprar no imediato dívida pública portuguesa, conforme o primeiro-ministro recentemente confirmou estar em negociação.
Vítor Gaspar, que tinha ao seu lado o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, fez questão de sublinhar que “as autoridades chinesas expressaram apreço pelos esforços já realizados pelo povo português relativamente ao programa de ajustamento e a sua confiança nesse processo”.
O ministro das Finanças recusou que o processo de ajustamento português tenha derrapado justificando pelo facto de os quatro exames sucessivos tenham sido positivos e o processo contabilizar nove no total. Para o ministro, Portugal está “praticamente a meio caminho” de um processo que, disse, “é bem compreendido na China, que apoia e aprecia os esforços já realizados e manifestou uma grande amizade e disponibilidade para ajudar no esforço ainda necessário”.
Vítor Gaspar fez ainda questão de referir a importância da China: “É hoje o maior exportador mundial e com uma reputação de seriedade nas suas decisões de investimento. Desse ponto de vista, a sua disponibilidade para olhar para formas de cooperação financeira com Portugal é um sinal muito importante, diretamente ou como sinal de liderança com grande valor para outros investidores de referência.”
Quanto à privatização da TAP, o ministro das Finanças garantiu que não o discutiu nas reuniões que teve em Pequim.
FONTE: DN