RFI
Marchas em Luanda, Uíge e Cabinda e outras cidades de Angola contra o gradualismo geográfico nas primeiras eleições autárquicas do país, agendadas para 2020, que terão lugar em apenas 55 dos 164 municípios.
Dezenas de Jovens sairam este sábado (13/04) às ruas de Luanda, Uíge, Cabinda e outras cidades do país, em protesto contra a implementação do gradualismo geográfico, o que significa que as primeiras eleições autárquicas – agendadas para 2020 – decorrerão apenas em em 55 dos 164 municípios.
O anúncio do gradualismo geográfico foi feito no parlamento em Março de 2018 pelo Presidente João Lourenço e a oposição, designadamente UNITA, CASA-CE, FNLA e PRS opõem-se ao gradualismo argumentando aumento das desigualdades e assimetrias regionais já existentes no país e denunciam critérios dúbios de selecção do primeiro grupo de municípios, a exclusão de grande parte dos angolanos de exercerem o seu direito constitucional ao voto e até movimento migratórios internos, para procurar melhores condições de vida nos municípios que forem transformados em autarquias, ou mesmo implicações de discriminação étnica.
O governo definiu como critérios de selecção a diferenciação entre municípios urbanos e rurais, mais ou menos populosos e a sua capacidade de arrecadação de receitas, os restantes municípios deverão ter eleições autárquicas apenas em 2025.