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    Independentistas de Cabinda apelam a mediação internacional após mais 11 mortes

    Após mais 11 mortos na sequência de confrontos entre forças cabindesas e o exército angolano, na província angolana de Cabinda, o movimento independentista Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC) apelou à mediação internacional para encontrar uma solução pacífica para o conflito.

    De acordo com o porta-voz do Estado-Maior-General das FAC, António do Rosário Luciano, o conflito naquele território de Angola, limitado a norte, a leste e sul pela República Democrática do Congo (RDC) e a oeste pelo Oceano Atlântico, ultrapassou já as fronteiras e “ameaça a segurança dos países vizinhos”.

    A FLEC-FAC adianta, num comunicado, que os últimos confrontos entre as forças cabindesas e o exército angolano foram registados nos dias 19 e 20 de Junho em Mbata-Mbengi, uma aldeia fronteiriça da RDC.

    No combate, 11 pessoas morreram entre as quais seis civis – que terão sido abatidos por soldados angolanos por suspeita de apoiarem o movimento independente, segundo o comunicado -, quatro militares angolanos e um da FLEC-FAC, registando-se ainda oito feridos.

    Os separatistas criticam o intensificar das operações militares angolanas numa altura em que se luta contra o coronavírus e em que as FAC declaram um cessar-fogo unilateral, respondendo ao apelo do secretário-geral da Nações Unidas, António Guterres.

    “A política belicista e agressiva do governo angolano ameaça a segurança dos dois Congos, vizinhos de Cabinda”, um território que, segundo a FAC foi “invadido, agredido e ocupado militarmente por Angola desde 1975”.

    A FLEC-FAC termina pedindo a intervenção da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e dos governos dos dois Congos “para encontrar uma solução pacífica para o conflito militar entre Angola e Cabinda”.

    A FLEC, através do seu “braço armado”, as FAC, luta pela independência no território alegando que o enclave era um protectorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.

    Criada em 1963, a organização independentista dividiu-se e multiplicou-se em diferentes facções, efémeras, com a FLEC/FAC a manter-se como o único movimento que alega manter uma “resistência armada” contra a administração de Luanda.

    Mais de metade do petróleo angolano provém desta província angolana.

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