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    Hackers, usuários abusivos e reguladores poderiam incomodar o Twitter de Musk

    As palavras do magnata Elon Musk sobre reduzir o pessoal do Twitter e permitir que os usuários publiquem qualquer coisa que permita a lei poderiam ir contra as tentativas de afastar da rede social os hackers, os “trolls”, a polícia e inclusive os reguladores. Assim avaliam os especialistas.

    Se Musk reduzir a equipe do Twitter ou se houver uma avalanche de demissões, seria a “perdição” para a plataforma, disse Rebekah Tromble, diretora do Instituto de Dados, Democracia e Política da Universidade George Washington.

    “Não importa o quão grande seja a visão de Musk, ele necessita de uma equipe com habilidades superiores e para uma força de trabalho muito qualificada para (re)construir uma plataforma viável e para responder às obrigações da União Europeia”, acrescentou Tromble à AFP.

    Junto dos engenheiros, são necessárias equipes jurídicas e de regulação que mantenham os dados dos usuários a salvo de publicações perigosas.

    “Na realidade, é quase incomensurável o que o Twitter tem que pensar sobre a segurança de seus usuários”, opinou Tromble.

    Os problemas de cibersegurança vão de hackers que fazem simples ações maliciosas, passando por lobos solitários, grupos organizados e até ataques orquestrados por governos.

    Também há “atores maus” que se juntam em uma espécie de quadrilha para atacar alvos pontuais no Twitter, em uma tática conhecida como “dog piling”.

    “Neste momento, um dos meus maiores temores é que demissões, até mesmo voluntárias, em larga escala signifiquem que esse sistema, já imperfeito, poderá retroceder”, estimou Tromble.

    Perder funcionários das equipes que combatem as demandas intrusivas da polícia e das agências governamentais que solicitam dados dos usuários significa que a experiência acumulada também irá embora com eles, acrescentou.

    – O problema do tweet –

    Musk está merecendo receber um puxão de orelha por seu enfoque laissez-faire para moderar conteúdo, considerou Emma Llanso, do Centro para a Democracia e a Tecnologia.

    Mesmo depois de Musk anunciar nesta sexta-feira que formará um comitê para avaliar a política futura da rede social sobre publicações e o restabelecimento de contas bloqueadas.

    A lei americana é permissiva sobre deixar que as plataformas decidam suas políticas de conteúdo e não sejam responsabilizadas pelo que publicam os seus usuários. No entanto, isso pode mudar em breve, indicou Llanso.

    A Suprema Corte dos Estados Unidos, em uma decisão que poderia ter diferentes alcances, está prestes a analisar dois casos que desafiam a imunidade legal das companhias de internet em relação ao que publicam os seus usuários.

    Em sua decisão, o alto tribunal poderia reduzir a imunidade das companhias de redes sociais e obrigá-las a prestarem contas pelo que oferecem a seus usuários como conteúdo “recomendado”.

    “Existem muitas decisões de classificação de conteúdo que o algoritmo deve tomar quando determina quais tweets o usuário vê”, explica Llanso. “Isso o transforma em conteúdo recomendado?”, questiona.

    Musk disse que quer depender mais do software e menos das pessoas para moderar o conteúdo.

    Entre os casos, a Suprema Corte também considerará se os estados podem ditar regras de conteúdo às redes sociais.

    No entanto, se atualmente existe uma base sólida para que Musk faça o que quiser em termos de moderação de conteúdo nos Estados Unidos, na Europa e em outras regiões as leis são mais restritivas.

    “Muitos países ao redor do mundo estão considerando endurecer suas políticas contra a ampla margem de manobra que têm hoje os serviços de redes sociais para estabelecer políticas de conteúdo coo querem”, advertiu Llanso.

    Assim, um mosaico de várias leis de moderação obrigaria o Twitter a determinar, em tempo real, o que pode ser mostrado e onde.

    Quando Musk mal tinha completado 24 horas no comando do Twitter, já havia personagens com más intenções testando os limites da rede social, assinalou Tromble.

    “E quando os discursos de ódio, o ‘doxxing’ [publicação de informação privada ou de identificação com objetivos maliciosos] e o assédio escapam [da moderação], ocorrem danos reais.”

    Inclusive, se não há consequências legais por permitir que o Twitter dê passos em falso, há consequências no âmbito dos negócios, opinou India McKinney, diretora de assuntos federais da fundação Electronic Frontier.

    “As pessoas estão buscando um lugar aonde ir”, disse McKinney sobre alguns usuários que já estão considerando alternativas para o Twitter. “Isso é uma oportunidade para alguém, com toda a certeza”, frisou.

    Fonte AFP

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    FonteAFP

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