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    Guiné-Bissau: Jornalista Aly Silva espancado, Liga denuncia ocorrência

    Na Guiné-Bissau o jornalista Aly Silva foi raptado e espancado esta terça-feira, e abandonado, posteriormente, numa das artérias da capital. O editor do do blog Ditadura de consenso recebeu, entretanto, assistência médica, sem que a polícia se tivesse pronunciado sobre o sucedido. Um caso acompanhado e denunciado pela Liga dos direitos humanos.

    A Liga dos Direitos humanos assumiu, em comunicado, grande “preocupação” pelo ocorrido e alega ter contactado as autoridades policiais que teriam afirmado “desconhecer as circunstâncias que rodearam este acto criminoso”.

    Este organismo exige, ainda, a abertura de uma investigação urgente com vista a apurar responsabilidades.

    Bubacar Turé é o vice-presidente da Liga guineense dos direitos humanos.

    Ele relatou o ocorrido à RFI.

    “O Aly Silva foi interpelado por desconhecidos em pleno centro da cidade de Bissau por um grupo de desconhecidos, fortemente armados e que o conduziu para uma parte incerta. E… onde ele foi brutalmente espancado, e, posteriormente, abandonado numa das artérias da cidade. O Aly Silva foi socorrido por um grupo de cidadãos, que o conduziu para um sítio onde recebeu tratamento médico.”

    Ocorrência não é inédita no país no passado recente

    Bubacar Turé relembra que este caso ocorre na sequência de outros desta natureza.

    “A Guiné-Bissau nos últimos seis, sete meses tem sido palco de acções desta natureza de sequestro, de raptos, de espancamento brutal de cidadãos cometidos por desconhecidos. Pensamos que esta operação contra Aly Silva foi levada a cabo pelo mesmo grupo, a que nós chamamos de “Esquadrão de espancamento” e que espancou o deputado Marciano Indi, que sequestrou e espancou os dois activistas políticos.

    As autoridades nacionais revelaram uma manifesta cumplicidade com estes actos de espancamentos recorrrentes na Guiné-Bissau e nós entendemos que a democracia e o Estado de direito estão fortemente ameaçados na Guiné-Bissau e é preciso uma acção conjunta dos cidadãos, das organizações da sociedade civil e da própria comunidade internacional para por cobro a estes actos que nós consideramos de actos terroristas e que, de forma alguma, devem ser tolerados !”

    Questionado sobre se se poderiam tratar de militares os autores do ocorrido o dirigente da Liga descartou apontar o dedo a quem quer fosse, mas admite que o jornalista tinha recebido ameaças telefónicas recentemente.

    “Nós não queremos apontar o dedo a ninguém, mas a Liga tinha informações em como Aly Silva terá sido ameaçado por um alto dignatário do país, por via telefónica, há alguns dias atrás devido ao exercício das suas liberdades, enquanto jornalista, enquanto blogger. Portanto não constitui nenhuma surpresa este acto cobarde, este acto criminoso que nós condenamos com toda a veemência. E que, se a justiça funcionar, se as autoridades nacionais assumirem as suas responsabilidades constitucionais, nós pensamos que não haverá grandes dificuldades para identificar e traduzir perante a justiça os autores morais e materiais destes actos extremamente tristes e vergonhosos.”

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    FonteRFI

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