O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, considerou, ontem, na cidade do Huambo, que não existe, no país, “novo paradigma de governação”.
O líder do maior partido da oposição, que discursava na abertura da segunda reunião ordinária da Comissão Política dirigida aos membros da região Sul, justificou a tese, afirmando que “os vícios, as políticas e os roubos persistem”, o que “tem causado o autoritarismo e a diminuição do diálogo institucional”.
“Vemos um partido político fazer uso e abuso dos órgãos públicos, que, manipulados, são direccionados a agredir os símbolos da pluralidade, a negar direitos, devidamente protegidos pela Constituição da República”, disse. “O direito à oposição desaparece todos os dias um pouco no nosso país”, salientou.
O político, que em momento nenhum do discurso se pronunciou sobre as acusações feitas na véspera pelo deputado David Mendes quanto a um suposto financiamento para actos de subversão, voltou a referir-se à necessidade da implantação do poder autárquico.
Para Adalberto Costa Júnior, a não realização das eleições autárquicas no país “revela a expressão do desvio dos fins e das tarefas fundamentais do Estado”, por se tratar de uma posição “contrária ao interesse da Nação”. O líder da UNITA acusou o MPLA de não permitir o agendamento, na Assembleia Nacional da Lei da Institucionalização das Autarquias Locais, cujo conteúdo já foi aprovado na generalidade.
“Os angolanos sabem que o adiamento das autarquias é um acto político e não jurídico. É uma decisão que atenta contra a República que se baseia na vontade do povo angolano e não na vontade dos que detêm o poder”, disse.
A segunda reunião ordinária da Comissão Política da UNITA na região sul congrega, além dos anfitriões (Huambo), membros residentes no Bié, Benguela, Cuando Cubango, Cunene, Cuanza-Sul, Huíla e Namibe.
A reunião com os membros residentes em Luanda decorreu, na sexta-feira e sábado passados. A realização faseada desta reunião resulta do cumprimento das normas sanitárias de combate à pandemia da Covid-19.