O processo de desminagem nos municípios de Menongue (sede capital), Cuito Cuanavale e Cuangar, na província do Cuando Cubango, ganhou nova dinâmica, desde Março do ano em curso, com um financiamento do governo japonês na ordem de 400 mil dólares americanos.
Implementado pela Organização Não Governamental (ONG) Halo Trust, explica Angop, o processo de desminagem decorre sem sobressaltos nos seis campos activos na província, segundo o gestor da ONG britânica na região, José António.
Entre os campos activos estão os da comuna do Caiundo, da comunidade do Mucundi (Menongue), bem como o da comuna do Savate (município do Cuangar).
O responsável precisou que o financiamento vai até Março de 2020, altura em que se espera que estejam desminados 355 mil metros quadrados, num processo manual, através do uso de detectores.
ONG desmina 128 campos em 16 anos
Cento e 28 campos foram desminados, de 2002 a 2018, pela ONG britânica num total de oito milhões, 485 mil e 337 metros quadrados.
No período de 16 anos foram desactivadas 38 mil 283 minas anti-tanque, 15 mil 357 minas anti-pessoais e localizados 12 mil 598 engenhos não detonados.
José António apontou como principais entraves no processo a deficiente situação financeira, que impossibilitou o avanço da acção da Helo Trust ao Triângulo do Tumpo (Cuito Cuanavale) e à comuna do Savate, no município do Cuangar.
Com 11 secções em funcionamento na província do Cubango Cubango, o ONG britânica tem na região 99 efectivos.
A ONG, que tem como principais doadores os governos britânico, americano e o japonês, tem em vista a expansão do processo ao município do Cuito Cuanavale, bem como a áreas ainda não desminadas de Menongue e do Cuangar.
O responsável pela Helo Trust no Cuando Cubango referiu que a expansão da actividade da ONG ainda está dependente de doações que estão a ser angariadas.
Segundo José António, a ONG identificou na região 227 campos minados, incluindo zonas do território angolano no projecto Transfronteiriço Okavango/Zambeze.
Reconheceu a colaboração, sobretudo, dos regedores e sobas, na educação da população rural, o que tem permitido identificar vários campos minados.