Os órgãos auxiliares do Presidente da República manifestaram, ontem, numa mensagem, profundo pesar pelo passamento físico de André Mingas, ocorrido, na terça-feira, no Brasil, vítima de doença, aos 61 anos.
“Perante tão infausto acontecimento, curvamo-nos perante a sua memória e apresentamos à família enlutada os mais profundos e sentidos pêsames”, refere a nota. André Mingas, arquitecto de formação, dedicou parte da vida à política. Era cônsul de Angola em São Paulo. Antes foi secretário do Presidente da República para Assuntos Locais e vice-ministro da Cultura.
Também músico e compositor, é considerado um dos artistas da geração de ouro da música angolana, a par, entre outros, de Filipe Mukenga e Waldemar Bastos. O seu primeiro álbum, “Coisas da Vida”, lançado há mais de 30 anos, continua a ser uma das referências da música angolana, misturando ritmos nacionais com o jazz e rock.
Entre os seus temas mais conhecidos conta-se “Mufete”, um dos grandes êxitos da música popular urbana angolana.
Bureau Político
O Bureau Político do MPLA manifestou ontem, em Luanda, “profunda dor e consternação” pelo falecimento do músico André Mingas.
Numa mensagem de condolências, o órgão de cúpula do partido no poder define André Mingas como “homem de cultura e do saber”.
“Compositor e cançonetista de reconhecido mérito, André Mingas contribuiu notavelmente para a elevação e afirmação da música angolana, mormente do ritmo semba, onde, com mestria, soube arregimentar músicos da nova geração e que hoje dão cartas no movimento musical nacional e internacional”, sublinha a nota.
O Bureau Político do MPLA salientou também o papel de André Mingas enquanto agente de massificação da cultura angolana, na concretização do célebre projecto “Canto Livre de Angola”.
O projecto levou, em 1982, uma diversificada comitiva de artistas ao Brasil, que respondia, assim, a idêntica iniciativa brasileira realizada dois anos antes, o “Projecto Kalunga”. O MPLA considera, na nota, o desaparecimento físico de André Mingas “uma perda muito grande para Angola”.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: DR