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    Chuva irregular ameaça campanha agrícola na Huíla

    A irregularidade das chuvas pode ter comprometido a chamada primeira época agrícola 2021/2022 na província da Huíla, cenário para já rejeitado pelo sector que tutela a agricultura na região.

    Entre Outubro e grande parte do mês de Janeiro período descrito como de primeira época agrícola foram extensos os intervalos de tempo sem chuva com impacto negativo nas culturas.

    O director da ADRA antena Huíla e Cunene, organização não-governamental com grande intervenção nas comunidades, Simione Chiculo, não tem dúvidas em afirmar que a primeira época está comprometida.

    “Até Fevereiro, início de Março, poderemos já falar com toda a propriedade daquilo que é o balanço do ano agrícola, mas essa primeira época já pode ser balanceada de forma negativa”, disse.

    A época agrícola 2021/2022 está a ser vista como aquela que pode ajudar a aliviar a crise alimentar na região, abraços com a seca nos últimos anos.

    O responsável da ADRA, teme que a irregularidade das chuvas venha agravar ainda mais a situação.

    “Isso agrava a situação das famílias no meio rural por ser o segundo ano consecutivo em que este fenómeno se manifesta”, afirmou

    Apesar da irregularidade das chuvas as autoridades agrícolas da província, acreditam que o conhecido triângulo do milho que corresponde aos municípios do norte Caconda, Chicomba e Caluquembe, produza.

    O director provincial da agricultura e pescas, Pedro Conde, reconhece o impacto negativo da estiagem sobretudo nos municípios do sul como o Gambos, mas rejeita tirar já conclusões da campanha agrícola em curso.

    “Nós podemos considerar algum comprometimento da campanha sobretudo no município dos Gambos, mas os municípios de leste, sobretudo Jamba, Cuvango e Chipindo têm estado a cair regularmente”, disse.

    “É prematuro avançarmos com o comprometimento da campanha, vamos aguardar”, acrescentou.

    O Departamento de Coordenação de Questões Humanitias da ONU, (OCHA na sigla inglesa) confirmou no seu último relatório que a província da Huíla tem sido marcada por diferente pluviosidade em diferentes zonas.

    Partes da província tiveram até Dezembro chuva acima da média mas o sul continua a ser marcado por falta de chuva, diz a OCHA.

    “Em Dezembro de 2021 as províncias do Sul de Angola foram as mais afectadas pela falta de chuva, nomeadamente a parte leste do Namibe, sul da Huíla, a província do Cunene e o sudoeste do Cuando Cubango que receberam entre 40 a 60% da precipitação média”, diz o documento.

    “Para os meses de Novembro e Dezembro 2021 o resultado continua a mostrar que a situação nas províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango era a mais crítica com essas áreas a receberem entre 60 e 80% da precipitação média enquanto as províncias do nordeste, incluindo parte do Moxico, Lunda Norte, Benguela e Cuanza Sul continuaram a receber chuva acima da média”, acrescenta

    A excessiva dependência das chuvas para a agricultura a grande escala exige mudança de estratégias, defendem especialistas que sugerem investimentos na agricultura mecanizada com melhor aproveitamento dos rios existentes.

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