O chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, admite que a situação económica no país é “preocupante” e apela às autoridades para criarem as condições necessárias para que o país possa “descofinar” em segurança.
As declarações do Presidente de Cabo Verde foram feitas à imprensa no final da reunião do Conselho da República que analisou a situação epidemiológica no país, que regista mais de 5.800 casos e 59 óbitos.
Jorge Carlos Fonseca afirmou que no encontro, que durou mais de seis horas, foi analisado o impacto económico da pandemia e as condições para o início do ano lectivo, face ao “aumento significativo” dos casos de infecção no concelho da Praia, referindo, porém, que nas restantes ilhas a situação está “sob controlo”.
O Presidente defendeu que as autoridades devem continuar a dar especial atenção à situação da epidemia na Praia, lembrando que tem havido um certo relaxamento da população nas medidas de prevenção, como o uso da máscara e o distanciamento social. Jorge Carlos Fonseca defendeu um reforço da comunicação para explicar à população os riscos da doença nos vários grupos da população.
A situação económica foi avaliada na presença do vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia. Desde meados de Março que Cabo Verde se fechou ao turismo, para conter a transmissão do novo Coronavírus, e os impactos fazem-se sentir no Produto Interno Bruto.
O Presidente de Cabo Verde reconheceu que o actual cenário “é preocupante” e admitiu que é preciso criar condições que permitam a retoma da economia para a situação não piorar.
Os últimos indicadores económicos dão conta de uma perda de 30% das receitas fiscais em 2020 e um aumento de 20% da taxa de desemprego.
Jorge Carlos Fonseca defende por isso a reabertura do país, a retoma da economia, porém sublinha a prioridade de fazer “recuar” os números da pandemia antes de “desconfinar”.
O governo do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, comprometeu-se a criar essas condições, nomeadamente, com o aumento de testes à Covid-19 para que o país possa ter uma ideia mais concreta da situação da epidemia.
O executivo garantiu ainda que será feito um esforço de forma a diminuir o tempo de espera pelos resultados, uma vez que 54% dos testes ultrapassam as 72 horas exigidas pelas autoridades sanitárias.