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    Primeiro-ministro cabo-verdiano faz forte defesa da democracia em conferência internacional

    Ulisses Correia e Silva afirmou que “o melhor meio é falar da democracia, discutir a democracia, defender a democracia”

    O primeiro-ministro de Cabo Verde fez nesta segunda-feira, 8, uma forte defesa da democracia e da liberdade e a democracia como “bens essenciais à humanidade” e sublinhou que “garanti-los, é uma responsabilidade de todas as nações que querem facultar aos seus cidadãos, paz, progresso e dignidade”.

    Ao discursar na abertura da conferência internacional “Liberdade, Democracia e Boa Governança: Um olhar a partir de Cabo Verde”, que começou hoje e termina amanhã na ilha do Sal, Ulisses Correia e Silva afirmou que no momento em que a democracia tem sido alvo de vários questionamentos “o melhor meio é falar da democracia, discutir a democracia, defender a democracia”.

    O evento tem a participação de políticos, representantes de organizações internacionais, como a União Europeia e a ONU, e peritos de vários continentes.
    Na sua intervenção, Correia e Silva questionou “como lidar com este mundo da era digital que está a instalar a mentira e a desinformação em nome da verdade e a afirmar o imediatismo em nome do futuro?”

    “Não há receitas, mas todos sabemos que a melhor resposta aos ataques à democracia, é mais democracia, mais empoderamento dos cidadãos, mais confiança nas instituições e mais esperanças baseadas em resultados”, respondeu o Chefe do Governo cabo-verdiano que enfatizou que “nesta conferência, gostaríamos que a liberdade, a democracia e a boa governança sejam assumidas como um forte compromisso político que produz efeitos virtuosos sobre a paz e o desenvolvimento sustentável”.

    Ulisses Correia e Silva lembrou que “em Cabo Verde somos uma democracia liberal constitucional” e “orgulhamo-nos de ser o país mais livre da África, o terceiro país da África no índice da Democracia, o segundo melhor país em África no índice da Liberdade Económica, o segundo país em África com melhor classificação no índice de transparência e corrupção”.

    “É um orgulho patriótico”, sublinhou Correia e Silva, para quem “é uma ilusão pensar-se que se pode desenvolver um país em ambientes de instabilidade e de falta de confiança dos cidadãos nas instituições, em ambientes de elevada corrupção e de impunidade associada, em ambientes que não estimulam e não incentivam os cidadãos ao conhecimento, à inovação, ao trabalho, ao empreendedorismo económico, social e cultural”.

    Zelenskyy não quer que se repita o que acontece na Ucrânia

    O evento começou com uma mensagem em vídeo do Presidente da Ucrânia que apelou a uma “solidariedade global” para “pressionar aqueles que ameaçam a vida de todos”.

    Volodymyr Zelenskyy defendeu a exportação de cereais ucranianos para evitar a insegurança alimentar noutros pontos do globo e ao mesmo tempo evitar instabilidade e sublinhou esperar que o que se passa na Ucrânia “não se repita em nenhuma parte do mundo”.

    Também numa intervenção virtual, o antigo primeiro-ministro português, António Costa, abordou a reforma urgente das Nações Unidas para ultrapassar o bloqueio existente da organização.

    “Olhamos com revolta para a forma como o sistema das Nações Unidas bloqueia com o fato de um dos seus membros permanentes com direito a veto ser ele próprio o autor de uma grosseira violação do direito internacional, através da invasão da Ucrânia”, disse Costa quem reiterou ser “absolutamente essencial que olhemos para as Nações Unidas e para as propostas que o secretário-geral António Guterres tem apresentado para a sua reorganização interna” e para “a reforma do sistema financeiro internacional.

    “Declaração do Sal seja inspiradora”

    Antes de uma mensagem de António Guterres, o seu representante para o Sahel e África Ocidental, Leonardo Simão, afirmou que a região vive “um misto de oportunidades e desafios”.

    Depois de destacar a recente eleição presidencial no Senegal, o antigo ministro das Relações Exteriores de Moçambique lamentou a ameaça de grupos extremistas, que provocam “milhões de refugiados” e concluiu esperar que a “Declaração do Sal seja inspiradora”.

    António Guterres, por seu lado, lembrou a repressão do Estado Novo, em Portugal, incluindo através do campo de concentração do Tarrafal, na então colónia de Cabo Verde, para recordar que há valores que devem ser sempre defendidos.

    Presente também no evento, o novo representante especial da União Europeia para os Direitos Humanos disse esperar que Cabo Verde possa levar “a sua experiência em realizar eleições pacíficas para as atividades de observação eleitoral a realizar noutros países de África”e sublinhou “temos de nos juntar aos países que defendem o Estado de Direito”.

    Muitas destas intervenções foram feitas no painel “Fazendo a Democracia Funcionar”, ao que se seguirão “Democracia e Estado de Direito” e “Democracia e Liberdades Religiosa”, que encerra o primeiro dia.

    Amanha, o programa é preenchiido pelos painés “Promovendo a Integridade de Informação” e “Promovendo a Boa Governança e a Transparência na Gestão da Dívida Pública” e a apresentação da Declaração do Sal.

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    FonteVOA

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