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Terça-feira, Outubro 15, 2024

Angola pede instalação de fábricas sul-coreanas

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O Presidente angolano, João Lourenço, manifestou esta segunda-feira, em Seul, o interesse de ver instaladas, em Angola, unidades fabris de marcas sul-coreanas como forma de consolidar a parceria económica entre os dois países.

O Presidente João Lourenço falava na abertura do primeiro Fórum Empresarial entre Angola e Coreia do Sul, no início da sua visita oficial de 48 horas em Seul.

O evento, que reuniu, pela primeira vez, agentes públicos e privados dos dois países, foi organizado para melhor conhecer e avaliar as potencialidades de reforço das relações económicas e financeiras entre si.

“Temos muito interesse em ver unidades fabris de máquinas pesadas, automóveis e de electrónica instaladas no nosso país, como parte da parceria sólida e duradoura que queremos construir entre as nossas economias e os nossos povos”, afirmou.

O chefe de Estado frisou o facto de as marcas de automóveis, os equipamentos tecnológicos e de telecomunicações da Coreia do Sul, entre outros, serem muito procurados e consumidos em Angola.

Reconheceu que a República da Coreia é um país com credenciais reconhecidas nos mais variados domínios, mas sobretudo pelo seu rápido crescimento económico.

Segundo o Presidente João Lourenço, o país asiático é também reconhecido pela sua resiliência e capacidade de inovação científica que a colocam num patamar de destaque entre as nações mais desenvolvidas.

Na sua intervenção, frisou o facto de Angola ser uma das principais economias emergentes do continente africano, sendo actualmente a quinta maior economia da África Subaariana, com uma população maioritariamente jovem.

“O nosso país tem trilhado o seu percurso de desenvolvimento assente em princípios democráticos, de justiça e de equidade social”, disse.

Salientou ainda o facto de o país possuir uma economia aberta e com enormes potencialidades económicas, dai estar-se a desenvolver esforços para consolidar um conjunto de reformas com o propósito de melhorar o ambiente de negócios e incentivar o investimento privado na economia angolana.

Neste contexto, destacou o facto de a lei do investimento privado, actualmente vigente, conferir a liberdade de movimentação de capitais, de formação de parcerias e de acesso a benefícios fiscais.

Por este facto disse que o país está a avançar com investimentos relevantes nas infra-estruturas de apoio à actividade económica, como é o caso do conhecido Corredor do Lobito, mas também na construção de plataformas logísticas em várias regiões do país.

Deu ainda a conhecer que, ao norte da capital, Luanda, mais concretamente na região da Barra do Dande, está a ser concluída uma nova zona franca, destinada à instalação de unidades fabris de empresas que pretendem ter em Angola uma base privilegiada de produção de bens para o consumo interno ou para exportação.

“É nessa mesma zona que a Sonangol está a edificar o seu terminal oceânico, que vai permitir armazenar em terra cerca de 580 mil metros cúbicos de produtos refinados”, disse.

O Presidente falou também no facto de estarem a ser igualmente reabilitado e modernizado os portos e aeroportos, sendo que na província mais a norte do país, Cabinda, estar em construção o maior porto de águas profundas do país, cuja obra se prevê concluir em finais de 2025.

Deu também a conhecer que o novo Aeroporto Internacional de Luanda foi já inaugurado e é também uma infra-estrutura moderna para servir os cidadãos, a economia e os investidores, naturalmente.

Investimentos transformadores no domínio da energia e águas

No domínio da energia, o estadista disse que o país tem hoje uma produção acima da capacidade de consumo, que provém de três principais barragens hidroeléctricas em funcionamento, sendo que a previsão da maior delas, a de Caculo Cabaça, é de que, uma vez terminada, colocará o país com mais de nove mil megawatts.

Salientou ainda o facto de estar também a produzir acima de 300 megawatts de energia a partir de centrais fotovoltaicas com painéis solares, bem como de se estar também empenhados na construção da rede de transporte e distribuição de energia, atraindo de preferência o investimento privado para este negócio que lhe dá a possibilidade de poder também vender essa energia aos países vizinhos da SADC, sobretudo para a região mineira do coper belt, na Zâmbia e República Democrática do Congo.

Os estaleiros coreanos têm a sua impressão digital no sector petrolífero em Angola, sendo que muitas das instalações de exploração, produção, armazenamento e de transporte de petróleo bruto angolano foram construídas neste país.

“Vamos continuar a contar com o vosso engenho, pelo que aproveito para lançar o repto de estarem instalados em Angola para a prestação de serviços de manutenção de equipamentos navais”, disse.

Deu ainda a conhecer que está a ser construído, no Lobito, uma refinaria de petróleo de grande dimensão que terá associada uma importante indústria de petroquímica, pelo que as autoridades angolanas muito gostariam também de ter a participação e o investimento de empresas sul coreanas no projecto.

Noutra vertente, fez menção ao facto de Angola possuir uma vasta extensão de terras cultiváveis e de ter em curso um programa de segurança alimentar que está a mobilizar a sociedade nacional.

“O arroz é um dos produtos principais do nosso programa, pelo que vemos com muito interesse a iniciativa das autoridades sul coreanas de apoio às nações africanas na produção deste cereal, através do projecto “K-Rice Belt”, partilhando conhecimento e tecnologia”, ressaltou.

Disse que Angola pretende também integrar esse projecto, reconhecendo as inúmeras vantagens que pode trazer para o país, não apenas no domínio da agricultura, mas também no alargamento das relações económicas noutros sectores.

Chamou igualmente atenção para o grande potencial turístico do país por se explorar e desenvolver, bem como o facto de Angola carecer de infra-estruturas hoteleiras para valorizar mais as mesmas atracções e beleza natural das suas paisagens de lindas praias, lagos naturais, quedas de água dos principais rios e a rica fauna das suas reservas ambientais e parques naturais.

“É com este sentido de estarmos mais próximos e de tirarmos o máximo de proveito das oportunidades de negócios que os nossos países oferecem que vamos acelerar a aprovação para a entrada em vigor do Acordo de Protecção Recíproca de Investimentos entre Angola e a Coreia”, assegurou.

Isto pelo facto de, de acordo com o Presidente, as autoridades angolanas reconhecerem a importância do investimento coreano no país, sendo que estão abertas e disponíveis para encontrar as melhores opções no sentido de que uma relação estável e de vantagens mútuas possa ser construída e preservada.

O Presidente João Lourenço disse ainda que em 2018 tiveram início um amplo programa de reformas económicas, institucionais e financeiras com o objectivo de criar as condições para um crescimento económico diversificado e sustentável.

“Desencadeamos um ambicioso programa de modernização das infra-estruturas de suporte ao desenvolvimento económico e social”, acrescentou.

Referiu que, com isso, ambiciona-se um crescimento sustentável e inclusivo para o país, “temos uma população jovem, empenhada e desejosa por novas oportunidades de superação profissional e de emprego, pelo que contamos com a vossa competência e valências para juntos construirmos as pontes de ligação permanente entre os nossos países e povos”, concluiu. VIC/SC/IZ

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