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    Arcebispo nigeriano pede reacção igual aos atentados de Paris

    Abuja, capital da Nigéria (Foto: D.R.)
    Abuja, capital da Nigéria
    (Foto: D.R.)

    Ignatius Kaigama: “É necessário que essa atitude exista não apenas quando se trata da Europa, mas também quando se trata da Nigéria, do Níger, dos Camarões e de outros países pobres.”

    Um arcebispo nigeriano pediu esta semana que a comunidade internacional dê à Nigéria – país onde se avolumam os ataques dos islamistas radicais do Boko Haram – um apoio semelhante ao que deu à França, depois dos atentados contra o Charlie Hebdo e o supermercado judeu.

    “Vejo a reacção positiva do Governo francês à questão da violência religiosa depois da morte de cidadãos neste país. É necessário que essa atitude exista não apenas quando se trata da Europa, mas também quando se trata da Nigéria, do Níger, dos Camarões e de outros países pobres”, disse à BBC o arcebispo católico de Jos (centro da Nigéria), Ignatius Kaigama. “Que os meios internacionais sejam mobilizados para combater esta gente que provoca tanta tristeza a tantas famílias.”

    Kaigama falou após mais um fim-de-semana sangrento na Nigéria. Três mulheres kamikaze (uma delas uma criança de dez anos) mataram pelo menos 23 pessoas no Nordeste do país, onde o Boko Haram (o nome significa “contra a educação ocidental’) controla uma vasta região e onde autoproclamou um “califado”.

    As palavras do arcebispo foram corroboradas por Anthony Lake, o chefe da Agência das Nações Unidas para a Infância, Unicef: “As imagens destes últimos dias e tudo o que elas implicam para o futuro da Nigéria deveriam iniciar uma acção eficaz. Isto não pode continuar.”

    O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, muito criticado por não conseguir travar a insurreição islamista, condenou, em comunicado, os atentados de Paris. Mas poucas vezes falou dos massacres no seu próprio país. A guerra do Boko Haram, que quer instaurar um estado islâmico na Nigéria, já matou 13 mil pessoas desde o seu início, em 2009. O ataque contra Baga, um entreposto comercial no extremo Nordeste, no início de Janeiro, e a cerca de 15 aldeias e vilas vizinhas, foi um dos mais mortíferos do Boko Haram – terão sido massacradas perto de duas mil pessoas; não há números exactos. Baga está nas mãos dos radicais e uma fonte local disse ao jornal Le Monde que não há um único polícia ou militar nigerianos na zona.

    Esta segunda-feira, um grupo “numeroso” de combatentes islamistas lançou um ataque contra Kolofata, no Noroeste dos Camarões, provocando a fuga dos militares do quartel local e de muitos habitantes, segundo disse à AFP fonte policial. “

    O ataque visou o centro administrativo” onde está a esquadra da polícia, a junta de freguesia e o aquartelamento da brigada da acção rápida (uma unidade de elite do exército), disse a fonte. “A população, mal ouviu os primeiros disparos, fugiu.” (opais.ao)

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