Dirigentes socialistas admitem chegar aos dez deputados. Direcção tem analisado sondagens para suportar expectativas.
O PS manteve apenas dois dos actuais eurodeputados na lista de candidatos que vão disputar as eleições europeias. O secretário-geral do PS apresentou nesta terça-feira à Comissão Política Nacional do seu partido os nomes que vão a votos no dia 25 de Maio, sem grandes surpresas. O elenco foi aprovado por unanimidade, numa reunião que demorou meia-hora.
À saída, o cabeça de lista, Francisco Assis, congratulou-se com a qualidade da lista, destacando a “preparação específica” dos candidatos como a mais adequada para afirmar o projecto do PS “para a Europa e para Portugal”. E recusou definir o número de eurodeputados que o PS estabelecia como meta eleger: “Como se isto fosse um campeonato de futebol, que não é”, comentou.
Seguro fez questão de dar conta que, “pela primeira vez na história da democracia, a lista é totalmente paritária”. Um requisito estatutário que levou o secretário-geral a colocar Maria João Rodrigues, antiga ministra e actual conselheira europeia, em segundo lugar na lista, seguida pelo ex-líder parlamentar Carlos Zorrinho e pela repetente Elisa Ferreira. O açoriano Ricardo Serrão Santos foi incluído no quinto lugar. O candidato insular tem a investigação marítima no seu currículo, uma das “competências específicas em dossier fundamentais” que Seguro tinha identificado.
À frente de Pedro Silva Pereira, foi ainda incluída a diplomata Ana Gomes. O ex-braço direito de José Sócrates tem atrás de si na lista a madeirense e independente Liliana Rodrigues. Manuel dos Santos, ex-eurodeputado e um dos apoiantes da primeira hora de Seguro, foi colocado em nono, com os lugares potencialmente elegíveis a terminarem com Maria Amélia Antunes, ex-autarca no Montijo. Uma escolha, explicaram ao PÚBLICO, para disputar a eleição com os comunistas.
Ainda que não assumido de forma pública, a expectativa do PS nestas eleições é chegar aos dez deputados. Uma possibilidade que ontem foi analisada no Largo do Rato, depois de conhecida uma sondagem que dava 43% aos socialistas. “Chegamos ao décimo a partir dos 38 por cento”, calculava-se na sede do PS.
A lista de 21 nomes tem ainda a característica de ter todas as distritais representadas. O processo de escolha dos nomes foi liderado de forma sigilosa pelo próprio secretário-geral do PS. Ainda assim, desde cedo (logo após as autárquicas), dois nomes surgiram como garantidos. O ex-adversário de Seguro, Francisco Assis, e Carlos Zorrinho foram premiados pelo apoio ao novo líder do partido.
Já depois de confirmado que Assis seria o cabeça de lista, surgiu como provável a inclusão do antigo braço direito de José Sócrates, Pedro Silva Pereira, entre os candidatos. Um nome para dar peso e conciliar sensibilidades internas. E para cumprir, na perspectiva do líder socialista, dois critérios que impôs a si próprio: qualidade e renovação. A renovação da lista também passa por Fernando Moniz, antigo líder da Federação Distrital de Braga do PS, que ocupa o 11.º posto, e por Isabel Coutinho, presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas, no lugar seguinte.
A renovação, no entanto, não foi total, mantendo-se portanto na lista Ana Gomes e Elisa Ferreira. Esta última levou mesmo o presidente do Parlamento Europeu e candidato socialista à presidência da Comissão Europeia, Martin Schultz, a interceder pela sua manutenção.
Seguro também estipulou que os próximos eurodeputados do PS teriam de ter “competências específicas em dossiers fundamentais”, que priorizou no Emprego, União Económica e Monetária (UEM) e Mar. A Europa apontava para Maria João Rodrigues. E depois era também necessário ter em conta os indefectíveis do secretário-geral, cuja quota era dada como preenchida pelos nomes de Manuel dos Santos e do deputado José Junqueiro (que surge em 13.º lugar). (publico.pt)