A explosão da estrela ASASSN-15lh a 3.800 milhões de anos-luz da Terra bateu o recorde luminosidade alguma registado: 50 vezes mais brilhante do que a Via Láctea.
Em astronomia é normal que se superem recordes de distância, tamanho, energia e outros parâmetros dos corpos celestes, mas agora os cientistas ficaram atónitos perante o brilho alcançado pelo que julgam ser uma supernova – já de si um dos fenómenos mais poderosos do universo. A explosão da estrela que observaram é 200 vezes maior do que o das supernovas típicas e a sua luminosidade dobra o recorde anterior detetado nestes objetos celestes.
No pico de intensidade, a supernova ASASSN-15lh brilhou 570 mil milhões de vezes mais que o Sol, quase 50 vezes mais que toda a Via Láctea. Isto supõe um nível de luminosidade que equivale a 20 vezes o que produziriam 100 mil milhões de estrelas da nossa galáxia. O achado surpreendente foi apresentado esta semana pela revista Science.
Uma das hipóteses mais aceite é que a enorme energia das supernovas superluminosas venha de “magnetares”, estrelas de neutrões altamente magnetizadas que giram muito rápido e cujos núcleos hipercomprimidos se supõe que resultem de estrelas enormes que explodiram.
No entanto, a ASASSN-15lh é tão poderosa que este cenário do “magnetar” não apresenta a energia necessária. Os investigadores interrogam-se como é que um objeto, que especulam que tivesse pouco mais de 17 quilómetros de largura no seu centro, pode desencadear uma explosão mais brilhante do que a Via Láctea.
“Se for realmente um ‘magnetar’, é como se a natureza pegasse em tudo o que sabemos sobre ‘magnetares’ e lhe desse um 11 numa escala de 1 a 10”, disse Krzysztof Stanek, co-autor do estudo e investigador na Universidade Estatal de Ohio. As supernovas como ASASSN-15lh poderiam surgir a partir do desaparecimento de estrelas incrivelmente enormes que vão além do mais alto nível de massa que a maioria dos astrónomos especula que poderia ser alcançado. (Agency Sinc)