Luanda, a capital confinada de Angola viveu um domingo em pleno. A música esteve uma vez mais presente a oferecer um menú para o lazer de fim de semana, que é qualquer coisa que funcionou como um pretexto para não sair de casa.
De Lisboa caíu em plena sala de estar um show de titãs, com o semba a fazer valer a sua autoridade e aí não houve outro remédio que não fosse a obrigatoriedade de vermos um desfile de boa música da terra na voz de três muadiakimis (mais velhos) da especialidade.
São eles por ordem alfabética: Bonga, Paulo Flores e Yuri da Cunha, que até pelas iniciais, marcam uma geração de semba dirigidos por um soba grande, de nome Bonga Kwenda, que não se cansa de olhar e conclamar o respeito pela tradição, dos nossos valores, ao som da dikanza e da puíta. Sem complexos!
LIVE NO KUBICO 3G DO SEMBA COM BONGA, PAULO FLORES E YURI DA CUNHA – YOU TUBE NO CINE S. JORGE EM LISBOA
A música e as mensagens vieram dos quatro cantos do mundo e a Fundação Ana Carolina, a quem se fez a festa saíu a ganhar com esta acção de graças, que rendeu um pouco da atenção que merece, numa tarde de Verão em Lisboa. A acção benemérita e assistencial da Fundação, a crianças portadoras de deficiências motoras e comunicacionais ficou mais conhecida, causando um impacto muito grande.
SHOW NO BAR DA LUANDINA EM LUANDA COM SELDA, SANDRA CORDEIRO E YANET KANTALMA
Já em Luanda, as atenções estiveram na mesma hora concentradas, num menú diferente, mas de igual intenção, com os mais jovens a demonstrarem, que a música é uma linguagem universal onde cabem muitos idiomas artísticos, como aqueles que vimos no Bar Luandina com Selda, Sandra Cordeiro e Yanet Kantalma, num cardápio musical de excelência, com uma organização de se lhe tirar o chapéu.
A simbiose rítmica assente na prestação irrepreensível da banda deu para ver os caminhos que a música de Angola está a trilhar. O que é necessário é mais investimento, pois a qualidade mora em nossa casa e muitos de nós não sabemos.
Com este exemplo fica claro que o investimento é o passo seguinte para valorizar o que temos de bom para dar e vender shows. O projecto Luandina, a continuar representa um caminho aberto para o que virá a seguir a este início de conversa. Angola está confinada a pensar também no futuro!