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    Sonho da casa própria cada vez mais distante em Angola

    Na Huíla, preços de terrenos e de materiais de construção são proibitivos

    O sonho da casa própria parece estar mais longe da realidade em Angola e o exemplo vem a partir da província da Huíla.

    As dificuldades começam na aquisição de parcelas de terras para construção até o aumento dos preços do material de construção.

    Nos dias que correm um terreno bem localizado no meio suburbano, salvaguardadas as suas dimensões, não fica por menos de três milhões de kwanzas (cinco mil dólares), enquanto os preços vão baixando à medida que se afasta da cidade.

    Mas é no aumento dos preços dos materiais de construção onde as coisas começam a complicar.

    “Fazer uma casa própria nessa altura é muito difícil. Os salários não ajudam e por outro lado é que cada dia que nasce as coisas estão mais difíceis, a carrada de pedra já subiu a carrada de areia o mesmo, não falemos do cimento porque está quase quatro mil kwanzas o saco”, disse um dos nossos entrevistados.

    Em face do actual contexto há quem fale mesmo de milagre um jovem erguer uma casa.

    “Para um jovem da minha faixa etária ter a possibilidade de construir a sua casa é um milagre. Vai passar para um inquérito como é que conseguiu qual o mecanismo que usou”, afirmou outro entrevistado.

    A desvalorização do kwanza e o impacto do encerramento das fronteiras reflectem-se no preço dos materiais de construção, como sublinhou o técnico de construção Stélvio Igor.

    “O material que é importado na verdade chega a ser um pouco mais barato e o material que é produzido aqui estima-se que é nacional é produto interno e mesmo assim mantêm-se os preços muito altos”, disse.

    Para o engenheiro de construção civil António Mundombe é inegável que o quadro económico presente torna a situação insustentável.

    “Hoje há que se fazer um exercício adicional, uma luta tremenda no sentido de um jovem conseguir a casa própria”, afirmou.

    Os projectos habitacionais em construção poderiam ser vistos como a solução imediata de acesso à moradia própria.

    Na Huíla, está ainda por concluir a centralidade da Quilemba, o maior projecto habitacional com oito mil casas, das quais apenas cerca de duas mil foram entregues.

    Para muitos, é preciso desburocratizar o acesso às casas, principalmente aos mais carenciados.

    Para a centralidade da Quilemba, o Governo local tem estado de acordo coma disponibilidade de residências a privilegiar a classe de funcionários de diversos sectores nas modalidades de arrendamento e compra, sendo que, o primeiro grupo de beneficiários foi integrado por moradores desalojados do bairro precário do Camazingo, no centro do Lubango, a capital da província.

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    FonteVoA

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