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    “Será difícil garantir novos financiamentos para saldar dívida”

    Analista da agência de notação financeira Fitch Ratings, que segue a economia de Angola, considerou hoje (17.10) que será difícil ao Governo garantir novos financiamento para pagar dívida que vence nos próximos anos.

    “Acreditamos que as autoridades angolanas vão continuar a servir a dívida em moeda estrangeira em 2020 e 2021, mas com a data da amortização a aproximar-se, o Governo vai ter de garantir novas fontes de financiamento, e isso pode ser difícil devido ao nível de dívida que Angola tem e pode depender de um equilíbrio económico e do regresso a um crescimento económico robusto”, escreveu Jermaine Leonard, analista da agência de notação financeira Fitch Ratings.

    Num relatório especial destinado a responder às principais dúvidas dos investidores, Jermaine Leonard aborda a pergunta ‘Vai Angola tentar reestruturar a Dívida Privada’ e escreve que “o cenário central da Fitch é que Angola cumpra as obrigações do serviço de dívida externa em 2020 e 2021 devido a uma combinação de reescalonamento de pagamento à China e a outros credores bilaterais, apoio de instituições financeiras multilaterais e recursos a reservas externas”.

    Segundo o analista, a boa relação entre Angola e o Fundo Monetário Internacional (FMI) “sugere a viabilidade de um programa de seguimento” ao actual [programa] e o país pode também recuperar o acesso aos mercados internacionais e recorrer a emissões para suprir os défices de financiamento.

    Na resposta à questão central sobre a possibilidade de Angola reestruturar a dívida privada – uma possibilidade que a ministra das Finanças, Vera Daves, tem repetidamente afastado – Jermaine Leonard lembra que “o FMI apontou sérios desafios à sustentabilidade da dívida” angolana, apesar de esperar uma descida dos 123% do PIB este ano para 70% em 2025.

    “A Fitch prevê que a dívida de Angola aumente para 129% do PIB, ou 850% das receitas fiscais. E isto é indicativo das dificuldades de Angola em aumentar a receita não petrolífera”, alerta o analista, a acrescentar que este nível da dívida face à receita é mais do dobro da média de 356% dos países com o rating ‘B’.

    Por isso, “apesar de as autoridades terem um histórico forte de implementação de reformas estruturais e orçamentais, um falhanço na redução sustentada do peso da dívida pode levar a uma situação em que o FMI torna a reestruturação da dívida privada uma condição para o apoio financeiro”, concluiu o analista.

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