Desinvestimento na imprensa escrita continua a «emagrecer» universo de jornais no país. Em sentido oposto, jornalismo radiofónico vai vendo reforçado o seu raio de acção. Mais tímida tem sido a expansão da imprensa televisiva. Num extenso dossier, o Novo Jornal traz o barómetro da liberdade de imprensa em Angola.
Vozes que respondem a várias gerações do jornalismo angolano mostram-se divididas quanto aos avanços e recuos registados no exercício da comunicação social no país, quando se assinala o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa – em 03 de Maio.
Da falência de vários títulos, ao levantamento sobre o surgimento de alguns órgãos e à avaliação da isenção nos conteúdos, emergem opiniões desencontradas sobre o barómetro da actividade jornalística no país.
No que depender da avaliação da ONG Repórteres Sem Fronteiras, Angola tem dado, entretanto, passos significativos na abertura à liberdade de imprensa. No seu mais recente relatório, a RSF nota que o país subiu três lugares neste ranking, passando da 109.a posição para 106.a. Mas chama a atenção para a permanência da censura, autocensura e do controlo ou influência do Governo e do partido no poder nos meios de comunicação social.
Rafael Marques, rosto associado ao jornalismo investigativo, atribui o mérito de existir “alguma abertura” ao “esforço e dedicação” dos profissionais da comunicação social. Afasta, por conseguinte, a referência à classe política dominante neste “tímido” virar de página sobre a liberdade de imprensa em Angola.