O antigo representante do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, reconhece que o fim da missão política das Nações Unidas no país é a “decisão acertada” e que o diálogo político é grande desafio que se impõe agora ao país.
Em declarações à agência de notícias Lusa, José Ramos-Horta disse que o fim da missão política das Nações Unidas no Guiné-Bissau é a “decisão acertada”, acrescentando que as outras agências se vão mater no país que continua a precisar de apoio nos mais diversos níveis.
O antigo representante do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau lembrou que o grande desafio que se impõe agora é o diálogo político entre as forças vivas do país, mediada pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental-CEDEAO- ou União Africana.
“A questão agora é um grande desafio político para as autoridades guineenses, partidos políticos, talvez com o apoio da CEDEAO ou da União Africana, em termos de mediação, para levá-los a sentar à mesa e encontrar um modus vivendi entre o PAIGC e outros partidos, com quem hoje detém o poder”, detalhou.
José Ramos-Horta alertou os responsáveis políticos, que estão no poder, para tentarem gerir-se pelos princípios de estado de direito e democracia de direitos humanos.
“Quem detém o poder hoje, e apesar de algumas questões levantadas no passado sobre irregularidades das eleições, impôs-se, foi reconhecido pela CEDEAO, União Africana, Portugal e é preciso trabalhar com quem está no poder e quem está no poder deve procurar inspirar-se, gerir-se pelos princípios do Estado de Direito, democracia dos direitos humanos”, referiu.
O fim da missão da ONU na Guiné-Bissau acontece numa altura em que o Presidente Umaro Sissoco Embaló admitiu a possibilidade de dissolver o parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas.