O presidente de direcção do Centro de Estudos para Boa Governação UFOLO, jornalista Rafael Marques Morais, defende a necessidade imperiosa de os activistas poderem preparar-se melhor sempre que forem a encontros semelhantes ao que aconteceu no dia 26 de Novembro, entre o Presidente da República e os jovens da capital do país. Na perspectiva do jornalista investigativo, ao se reunir com jovens de vários estratos sociais, João Lourenço demonstrou coragem.
Em declarações à imprensa, em Benguela, à margem da palestra subordinada ao tema “Conflitos de direitos fundamentais: exercício de segurança pública”, o presidente de direcção da UFOLO afirmou que a forma como alguns activistas expuseram as suas ideias revelou falta de preparação.
Para Marques, criou-se a ideia errada de que basta promover uma manifestação para, logo a seguir, ser rotulado de activista. “Para ser activista é muito mais do que isso”, refere.
De tal modo que sugere que se promovam acções para municiar jovens de conhecimento sobre o que é, efectivamente, “activismo cívico”, a fim de que as pessoas possam intervir com conhecimento de causa e com entendimento do ambiente e “com propostas que possam ser realizáveis”, disse, tendo enaltecido aquilo a que chama de coragem do Presidente da República, ao manter um encontro com os jovens.
Em relação à palestra que a organização não-governamental de que é responsável realizou em Benguela, dirigida aos membros do Conselho Consultivo da delegação do MININT e do Comando Provincial da Polícia Nacional, o jornalista Rafael Marques manifestou-se insatisfeito com a ausência de membros ligados ao Governo Provincial de Benguela.
Para Rafael Marques, dada a natureza do tema, afigurava-se importante a presença de um representante daquele órgão do Estado, uma vez que a Polícia Nacional, em determinadas manifestações, age cumprindo determinadas orientações de quem governa. Mas, como sublinhou, “um passo de cada vez”, assevera o presidente de direcção da UFOLO, que fez o mesmo exercício na província da Huíla.
“O diálogo com os efectivos da polícia é muito importante, porque estamos a falar de uma questão fundamental, que é o respeito dos direitos dos cidadãos. E nós, enquanto sociedade civil, teremos a capacidade de monitorar, por exemplo aqui, em Benguela e na Huíla, por onde passamos, como serão as próximas interacções entre os cidadãos e a PN quando surgirem situações de conflitos de direitos”, considera.
Segundo Rafael Marques, o que a UFOLO pretende, com a promoção de eventos desta natureza, é que não haja violência, mas sim respeito pelos direitos dos cidadãos e estes, por sua vez, respeitarem, igualmente, a PN, em caso de manifestação e, deste modo, instalar-se-á um clima de entendimento entre as partes.
“Porque temos de encontrar soluções conjuntas, porque a liberdade e a cidadania são melhor exercidas com segurança”, refere.