O primeiro sinal de alarme foi o intenso mau cheiro que os habitantes de Tlajomulco de Zúñiga, no México, começaram a sentir perto de casa proveniente de um camião abandonado. Depois do alerta dado às autoridades, descobriram 150 cadáveres no interior do veículo.
O camião terá sido alugado por várias agências mortuárias de Guadalajara que se viram sem espaço para receber mais corpos. Na segunda-feira, as autoridades mexicanas ainda tentavam encontrar destino para os cadáveres. A situação está a deixar a população de Tlajomulco de Zúñiga revoltada. “Temos muitas crianças a viver aqui. Isto pode deixar-nos a todos doentes”, disse, à BBC, José Luis Tovar, um dos residentes.
As leis no México impedem a cremação de corpos ligados ao crime violento. As autoridades locais disseram que estavam a procurar uma solução a longo prazo para armazenar os corpos depois de uma recente onda de violência que fez um elevado número de vítimas mortais. Só em 2017, as autoridades mexicanas contabilizaram mais de 25 mil assassinatos. É o ano com mais de mortes deste tipo desde que há registos. O crime organizado está na origem de grande parte delas.
“Não temos espaço nos cemitérios para os enterrar”, lamentou Luis Octavio Cotero, da equipa de investigadores forenses do Estado de Jalisco. O camião da polémica já tinha sido alvo de queixas por parte da população de Guadalajara que teve de conviver mais de duas semanas com o mau cheiro. Foi depois desviado para Tlajomulco de Zúñiga. (Jornal de Notícias)