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    Médicos Sem Fronteiras pede reforço do apoio para refugiados moçambicanos no Malaui

    A organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF) pede o aumento da ajuda humanitária para os mais de 5.000 moçambicanos que fugiram para a aldeia de Kapise, no Malaui, para escapar da violência no seu país.

    “Eu trabalhei em vários campos e eu nunca vi tais níveis de sobrelotação”, disse a coordenadora da MSF no terreno no Malaui, Whitney Ward, num depoimento divulgado na página da ONG.

    Moçambique vive uma situação de incerteza política há vários meses, com registos de confrontos entre as forças de defesa e segurança e homens armados da oposição, alguns dos quais na província de Tete. O líder da Renamo ameaça tomar o poder em seis províncias do norte e centro do país, onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.

    Dados oficiais indicam que pelo menos três mil refugiados encontram-se acomodados em três centros no Malaui.

    De acordo com a coordenadora da MSF, os moçambicanos que entraram no Malaui instalaram-se onde puderam, construindo abrigos improvisados de madeira e folhas.

    “Estamos a falar de centenas de pequenos abrigos amontoados uns em cima dos outros, em que há muitas crianças a correr (e pessoas a cozinhar em fogões). Como a estação das chuvas não havia chegado até recentemente, o acampamento era geralmente muito seco e havia um perigo grave de incêndios”, disse Ward.

    Whitney Ward disse ainda que metade das consultas em clínicas da MSF está ligada a casos de malária.

    “Na semana passada, nós tratamos 388 pacientes com malária. As vulnerabilidades das pessoas são imensas, mas temos tido bastante sorte até agora, pois nenhuma doença contagiosa afetou o campo”, afirmou.

    “A sobrelotação e falta de saneamento tornaram-se num risco grave. Por exemplo, não existe as condições humanitárias mínimas exigidas, pois seriam necessárias pelo menos 225 latrinas para as 5.500 pessoas que estão atualmente no campo, havendo apenas 14 em funcionamento”, sublinhou ainda.

    A coordenadora também referiu a questão de como acomodar com condições tanta gente, assim como os problemas no acesso à água, que é muito grave.

    “Na última semana, houve um aumento dramático do número de chegadas, com uma subida de 40%, superando as 5.800 pessoas”, disse.

    “A MSF está a trabalhar para melhorar as condições de vida, mas sabemos que não será capaz de alcançar os padrões mínimos. Não há dúvida de que o campo precisa ser movido para outro lugar para aliviar a sobrelotação, fornecer recursos adequados e garantir o acesso e a implementação eficaz da ajuda”, indicou.

    A coordenadora disse ainda que com as chuvas, a situação está pior, devido às enchentes que fazem, por exemplo, com que pontes fiquem submersas, entre outros problemas associados. (Agência Lusa – CSR/PJA)

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