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O presidente da República pediu, esta quarta-feira de manhã, “assentimento à Assembleia de Republica” para viajar a Roma de 4 a 6 de outubro para estar presente na cerimónia do Cardinalato de D. Tolentino de Mendonça.
Na prática, Marcelo Rebelo de Sousa alega a “possibilidade de uma eventual deslocação” ao Vaticano para assistir à toma de posse de Tolentino de Mendonça como Cardeal. As datas em causa correspondem a um fim de semana agitado a nível político em Portugal, com as tradicionais comemorações do dia 5 de Outubro, em Lisboa, e as eleições legislativas no dia seguinte.
A confirmar-se a viagem, o presidente da República poderá não estar presente nas comemorações de sábado, não sabendo-se ainda a que horas poderá ir à urna, no domingo.
Fonte próxima da presidência garante que o pedido de autorização para viajar é um “formalismo”, não havendo ainda certezas sobre o que o presidente vai fazer nos dias 4, 5 e 6 de outubro.
Nas redes sociais, a polémica está instalada. Ricardo Gaio Gomes, membro da Laicidade, já deu conta do mal-estar no Twitter: “Que pitoresca coincidência: o presidente da República vai faltar às cerimónias do 5 de Outubro para ir ao Vaticano à festa cardinalícia do Tolentino de Mendonça”.
O poeta e arcebispo José Tolentino de Mendonça, 53 anos, foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco mas vai oficialmente tomar posse no dia 5 de outubro, no Vaticano, durante o Consistório, onde serão criados 13 novos cardeais.
No dia do anúncio, o presidente da República manifestou “o mais profundo júbilo pela elevação do Senhor Dom José Tolentino de Mendonça ao Cardinalato”. Marcelo Rebelo de Sousa, disse ainda que “tenciona” estar presente na cerimónias de imposição do barrete cardinalício, tendo afirmado que esta nomeação é “o reconhecimento de uma personalidade ímpar, assim como da presença da Igreja Católica na nossa sociedade, o que muito prestigia Portugal”.