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    Lava Jato. Polícia Federal brasileira investiga corrupção na concessão de estradas

    Mais de 400 agentes da Polícia, do Ministério Público e do Fisco cumpriram 19 mandados de prisão e 73 de busca e apreensão, nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.

    A Polícia Federal brasileira lançou esta quarta-feira uma operação contra uma rede acusada de participar em casos de corrupção pela concessão de estradas no estado do Paraná, numa nova fase da operação Lava Jato, segundo fontes oficiais.

    Mais de 400 agentes da Polícia, do Ministério Público e do Fisco cumpriram esta quarta-feira 19 mandados de prisão e 73 de busca e apreensão, nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. A operação, que faz parte de uma nova fase da operação Lava Jato, teve como objectivo localizar políticos, agentes públicos, empresários e operadores financeiros relacionados com os processos de concessão de estradas no estado do Paraná, que fazem parte do chamado Anel da Integração.

    De acordo com as investigações, estes são “núcleos específicos e organizados que actuavam de forma criminosa para explorar e obter benefícios indevidos a partir dos contratos de concessão de rodovias federais no Paraná”, segundo um comunicado da Polícia Federal.

    O primeiro núcleo era composto por altos funcionários do governo do Paraná que exerciam influência política e legislavam em benefício das concessionárias. Já o segundo núcleo foi formado por agentes públicos que mantinham um relacionamento próximo com as empresas contratadas a quem ajudavam na elaboração de contratos fraudulentos para criar um suposto desequilíbrio económico-financeiro em favor das concessionárias. Este grupo era também responsável pela realização das auditorias das obras, a fim de obter ainda mais benefícios financeiros através de subornos.

    O núcleo de negócios era composto por funcionários e gerentes das concessionárias, que se organizavam para distribuir o pagamento de subornos, propondo contratos a seu favor nas licitações e na prestação de serviços fictícios com outras empresas, algumas delas seleccionadas pelo próprio Governo, para ocultar os pagamentos dos subornos.

    Por fim, o núcleo dos operadores financeiros era formado por pessoas ligadas aos empresários, tanto das concessionárias, como das empresas contratadas para a prestação de serviços, que se encarregavam de movimentar os valores em dinheiro físico, fazer depósitos e entregar o dinheiro.

    De acordo com declarações de colaboradores da justiça, a rede começou em 1999 com subornos feitos em troca da “boa vontade” dos organismos, os quais duraram até ao final de 2015. Estes pagamentos teriam totalizado cerca de 35 milhões de reais (cerca de 7,3 milhões de euros), segundo a Procuradoria.

    Os investigados vão responder pelos crimes de corrupção activa, corrupção passiva, fraude de licitação, lavagem de dinheiro e associação criminosa, entre outros. A operação Lava Jato investiga um esquema de corrupção em empresas públicas, sobretudo na petrolífera Petrobras. (Observador)

    por Lusa

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