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    Gonçalves Muandumba, no Dia da Juventude: “Poderemos considerar as associações juvenis como as escolas do saber-fazer”

     

    DSC_1914 pre jpg-ministro muito boaA cidade de NDalatando, capital da província do Kuanza Norte viveu um momento especial, ao albergar as comemorações do Dia da Juventude, transformando-se por essa via, numa área de trabalho onde o ministro Gonçalves Muandumba e o seu staff puderam inteirar-se dos problemas do quotidiano da região.

    Fazendo-se acompanhar de importante delegação e alguns convidados, o titular da pasta da Juventude e Desportos pôde partilhar com os jovens alguns dos seus anseios e fazer passar as preocupações do Executivo quanto ao seu futuro. Futuro esse expresso na palavra de ordem “juventude, o futuro está nas vossas mãos”.

    A cidade de Dalatando esteve ao nível da sua participação e levou para o pavilhão, o maior número possível de jovens, constituindo uma atmosfera de  franca cordialidade, bem estar e satisfação pela presença de representantes do Governo e convidados. O discurso do ministro, que a seguir transcrevemos traduz o clima de afectividade e revela a importância que o Ministério da Juventude e Desportos atribui aos jovens do nosso país, através da sensibilização, visando a sua entrega às responsabilidades do futuro.

    Pormenor do exercício de quadros humanos, no dia da Juventude em Dalatando. (Foto: PA)
    Pormenor do exercício de quadros humanos, no dia da Juventude em Dalatando.
    (Foto: PA)

    O simbolismo das comemorações ficou patente na oferta de alguns bens a jovens com iniciativa, que viram o esforço  correspondido com instrumentos de trabalho, como embarcações, meios informáticos e outros objectos utilitários.

    A música pôs em delírio  os aniversariantes, que viram os seus ídolos desfilarem em campo aberto, numa maratona musical ao mais alto nível com a participação de Youri da Cunha, B4, as Africanas, WKing, Puto Português, Zona 5, etc. Preencheram um cartaz de vedetas num espaço que pareceu pequeno para a assistência  proveniente dos quatro cantos da cidade de Dalatando.

    O Governador Henrique Júnior era um homem feliz quando agradeceu a comitiva ministerial, por ter escolhido a província, onde nasceu o patrono da juventude angolana, José Mendes de Carvalho, ou seja, Hoji ya Henda. Província, cuja capital era conhecida por um elevado índice de sinistralidade rodoviária (o novo desafio do Minjud), no Morro do Binda, razão pela qual, o Executivo sentiu necessidade de investir numa nova via, que permite o acesso a Dalatando em pouco mais de duas horas e meia, em condições consideradas satisfatórias, como pudémos testemunhar, através da excelente viagem efectuada pelas terras da água mineral Crisális e do café robusta.

    O ministro fechou as jornadas comemorativas, com as seguintes palavras:

    Jardim de Dalatando (Foto: PA)
    Jardim de Dalatando
    (Foto: PA)

    “Estar no Kwanza-Norte é estarmos na cidade-jardim, uma cidade ainda mais apelativa por ter como Governador alguém cuja recepção nos merece os mais encomiásticos elogios. Um agradecimento às autoridades da província do Kwanza-Norte que, com a sua disponibilidade e o seu zelo fazem, desta, uma jornada memorável.

    Esta moldura humana que aqui se encontra e que são vocês – Viva a juventude do Kwanza-Norte! Viva a juventude angolana! –, dizia que vocês, jovens, aqui presentes, estão a representar todos os jovens deste nosso imenso e belo país! Comigo encontram-se, para além do Sr. Governador e dos Vice-Governadores do Kwanza-Norte, Ministros, Secretários de Estado, parceiros sociais representantes das agências das Nações Unidas, líderes juvenis e altos funcionários do MINJUD.

    Não poderia deixar de aproveitar a oportunidade para saudar a excelente parceria existente entre nós – o trabalho que vimos desenvolvendo no âmbito das questões do género, do HIV-SIDA, da educação sexual e reprodutiva, sem esquecer os objectivos do milénio –, uma parceria que é para continuar mas que só ganha expressão com a responsabilidade de todos vocês jovens, que devem ter práticas e comportamentos considerados éticos, seguros, numa palavra, responsáveis.

    Vários músicos nacionais abrilhantaram a festa da juventude. (Foto: PA)
    Vários músicos nacionais abrilhantaram a festa da juventude.
    (Foto: PA)

    Pois bem, encontramo-nos no Kwanza-Norte, uma província cuja história supõe que nos detenhamos nos famosos ambaquistas… Sabem quem foram os ambaquistas? Conhecidos pelo seu engenho, pelas suas habilidades técnicas e profissionais e, claro, pelo apuro que tinham da língua portuguesa, foram ridicularizados pelos colonialistas e, parece-nos oportuno render-lhes uma homenagem, a homenagem a gentes cujo sucesso se deve, sobretudo, à instrução, à formação, à mestria. E, falar de instrução, de formação, é falar de futuro, é falar de progresso, é falar de desenvolvimento e é também falar de sucesso que, estou em crer, todos vocês, jovens, quereis.  

    Meus caros jovens

    Nunca é demais sublinhar o facto de o mês da Paz ser, igualmente, o da juventude, o que vos faz herdeiros de uma riqueza ímpar que precisa de ser cuidada, acarinhada e, como não podia deixar de ser, preservada. Esta responsabilidade que pesa sobre os vossos ombros e que significa que, para além de herdeiros, vós sois aqueles que passareis o testemunho à próxima geração, dizia eu que esta responsabilidade deverá, tem que fazer-se sentir na prática e, por conseguinte, no vosso quotidiano.

    Circulação rodoviária em Dalatando. (Foto: PA)
    Circulação rodoviária em Dalatando, em tempo de paz.
    (Foto: PA)

    De que forma, perguntareis? Muito simples: é só pensarem que as nossas, as vossas acções são vistas e avaliadas por outros, e que essas avaliações podem ser positivas ou negativas, dependendo não somente de quem avalia mas sobretudo do que fazemos. Porque a Paz constrói-se todos os dias, com o nosso trabalho, com as nossas acções, com os bons exemplos, as boas práticas, é por tudo isso que deveis agir com responsabilidade, agir com bom senso.

    Edifício parlamentar de Dalatando. (Foto: PA)
    Edifício parlamentar do Kuanza Norte.
    (Foto: PA)

    E é aqui que gostaria de enquadrar o saber-fazer, uma ferramenta fundamental cujo eixo gira em torno da instrução, do conhecimento, um conhecimento prático, um conhecimento não divorciado da realidade. Mas o saber-fazer é também um conhecimento que tem na base uma dimensão ética, uma dimensão deontológica que mais não é que um conhecimento que tem o indivíduo, o ser humano, como objecto e objectivo. Isto é, e dito de outro modo: porque estudamos nós e porque trabalhamos?

    Mais uma vez a resposta é simples: porque precisamos de saber-fazer, porque sabendo-fazer temos excelentes perspectivas de ter um futuro radioso, porque sabendo-fazer estaremos em condições de conseguir o emprego que pretendemos, porque sabendo-fazer saberemos como ser úteis à sociedade.

    O saber-fazer constituiu, pois, a alavanca que fará de vós dignos membros da sociedade, homens e mulheres de corpo-inteiro cuja acção, cujo saber-fazer será norteado por valores, valores estruturais e estruturantes dos indivíduos e das sociedades. E poderemos considerar as associações juvenis como as escolas do saber-fazer, uma experiência a todos os títulos louvável que busca o que temos de melhor e nos enriquece enquanto indivíduos e cidadãos desta Angola cujo “futuro está nas vossas mãos”, caros jovens.

    Exa Senhor Governador

    Minhas Senhoras e meus Senhor

    Meus caros Jovens

    À semelhança dos jovens das demais províncias, os jovens do Kwanza-Norte têm expectativas e ambições. É nesse âmbito que o Plano Nacional de Desenvolvimento da Juventude 2014-2017, sendo um Plano inclusivo, mais não é do que a expressão do que os jovens consideram ser os seus problemas, inquietações e desafios.

    Como referimos no início, este é um Plano ambicioso por congregar diferentes vontades mas é simultaneamente um desafio por ser responsabilidade de todos e só ser exequível com a participação de todas as forças vivas do nosso país, da sociedade civil, das famílias, das escolas, das igrejas, das associações juvenis, enfim, de todos os homens e mulheres, entre jovens e menos jovens.

    Rua principal de Dalatando. (Foto: PA)
    Rua principal de Dalatando.
    (Foto: PA)

    O Executivo aprovou o Plano Nacional de Desenvolvimento da Juventude em Dezembro passado, um Plano, permitam-me dizê-lo, estruturado, integrado e inovador, um plano cuja implementação já tendo força de lei, tem como eixos estruturantes a multidisciplinaridade e a monitorização. Trata-se de um plano que é global e local, isto é, é geral e diz respeito a todo o país mas tem em consideração as especificidades provinciais e municipais.

    Nem de propósito, falar deste Plano é falar do censo geral da população… E porquê? Porque só a auscultação aos jovens realizada em todas as províncias e municípios do nosso país que antecedeu a realização do Fórum, é que permitiu o resultado que hoje conhecemos e que é o Plano todos vós seguramente conheceis.

    Pois bem, o censo geral da população permitir-nos-á conhecermo-nos melhor, saber quem é quem, o que faz, onde faz… Por exemplo, com relação aos jovens, o censo permitir-nos-á saber quantos são, onde vivem (como estão distribuídos pelo país), o que fazem – quantos são os que estudam, quantas são as raparigas e os rapazes que estudam, que áreas estudam, em que escolas estudam, entre outros, quantos são os que trabalham, qual o grau de instrução dos que trabalham, em que áreas, entre tantos outros… – e depois avaliar as necessidades do país nesta e naquela área e desse modo estaremos em condições de projectar, com mais segurança, o futuro dos jovens, dos angolanos, do nosso país.

    A recuperação dos edifícios oferece oportunidades de emprego aos jovens. (Foto: PA)
    A recuperação dos edifícios oferece oportunidades de emprego aos jovens.
    (Foto: PA)

    É por esta disponibilidade, este querer, esta atitude que vos é característica que contamos convosco em todo este processo – o sucesso do censo também depende de vós! E é também a criatividade que vos é característica que faz de vós empreendedores, faz de vós jovens que olham e caminham para o futuro com determinação e sabedores que sois vós quem o constrói, sabedores de que a iniciativa é premiada, sabedores de que “grão a grão enche a galinha o papo”.

    Todos nós temos que passar por etapas para atingir os nossos desideratos, os nossos objectivos: como ser, por ex., director, sem ter passado pelos bancos da escola, sem que tenhamos tido um bom desempenho? Como ser engenheiro se não estudarmos?! E é porque o futuro está nas vossas mãos, lema deste “Abril jovem” que “tomámos de empréstimo” a Sua. Exa. o Sr. Presidente da República, Eng. José Eduardo dos Santos, dizia que é precisamente porque o futuro está nas vossas mãos, que se impõe que sejais responsáveis, que tenhais responsabilidade.      

    Meus caros jovens

    O Presidente da República não somente se preocupa convosco, jovens, como é o grande impulsionador dos projectos e programas dirigidos à juventude.

    Por isso o Executivo continua a trabalhar tendo como base os diferentes programas e planos aprovados. Também o Executivo pauta a sua prática pelo saber-fazer, razão porque sabemos que convosco, jovens, ao nosso lado, estamos no bom caminho! E sabemos que estamos no bom caminho porque temos como nossas, as prioridades dos jovens, como é o acesso ao (1º?) emprego, a educação e a formação profissional, o acesso à habitação, a ocupação dos tempos livres, a construção e remodelação de infraestruturas desportivas, a construção de casas e centros da juventude, entre outros.

    Esta intervenção já vai longa, mas não queria deixar de alertar-vos para o seguinte: Angola precisa de todos os angolanos e de jovens que se encontrem disponíveis para assumir as rédeas do país, jovens que saibam cuidar de si e do país, jovens para quem o verbo “conduzir” seja sinónimo de ordem, de respeito e de solidariedade. Saber conduzir-se é um imperativo que importa perseguir, pois mais não é do que saber-estar, saber-se e saber-fazer.

    Mas saber conduzir é também um imperativo que importa perseguir nas estradas. Considerando que a sinistralidade rodoviária é um dos flagelos que vem ceifando, dizimando a vida de inúmeros jovens, vamos dar início a uma campanha de combate à sinistralidade rodoviária para que a Paz impere nas estradas e nos nossos corações! Para que possamos viver “Abril jovem”, vamos assumir o compromisso, connosco próprios, de que somos capazes, somos capazes e somos merecedores da confiança que os mais-velhos depositaram e depositam em nós, somos capazes de vencer mais esta batalha, com responsabilidade e perseverança, tal como vencemos e conquistámos a Paz. Juventude angolana, jovens angolanos, o futuro é hoje e está nas vossas mãos trilhá-lo com tranquilidade e em segurança!    

    É hora de terminar reiterando a vontade férrea de tudo fazermos para os jovens estudantes, trabalhadores, desportistas dêem, façam o seu melhor e sejam felizes!

    Viva a juventude do Kwanza-Norte!

    Viva a juventude angolana!

    Viva o Presidente José Eduardo dos Santos!

    Viva Angola! (exclusivo Portal de Angola)

      

     

     

     

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