Mais de 15 mil famílias vão beneficiar do projecto de apoio à pesca continental e à aquacultura comunal, lançando ontem, em Luanda, pela ministra das Pescas, Victória de Barros Neto.
O projecto, aprovado em 2015 e com um financiamento de 11,1 milhões de dólares do Executivo angolano e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), vai envolver dez mil pescadores e cinco mil mulheres processadoras e comerciantes de peixe.
A ministra das Pescas, Victória de Barros Neto, apontou o projecto como um objectivo estratégico do Executivo para alcançar a segurança alimentar, combater a fome, reduzir a pobreza e melhorar as condições sociais das populações.
“O país tem grandes potencialidades hídricas, com abundância de rios, lagoas e lagos, recursos que constituem um factor crucial para a prática da pesca continental e da aquicultura”, frisou.
O Ministério das Pescas seleccionou quatro províncias do país, nomeadamente Bengo, Cuanza Norte, Malanje e Luanda, para a implementação do projecto, que tem a duração de cinco anos. “Em 2013, o Ministério das Pescas solicitou um apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) para financiamento do projecto que foi aprovado e agora vai ser implementado nessas quatro províncias”, explicou a ministra.
Com o arranque do projecto, Victória de Barros Neto disse estarem criadas as condições para o aumento da quantidade e qualidade da produção de peixe, melhoria das infra-estruturas e do sistema de comercialização e reforço da capacidade institucional. “Com um investimento cada vez maior, a pesca artesanal é um dos subsectores em que registamos uma intersecção significativa de mulheres, participando de forma activa e dinâmica nas comunidades piscatórias, onde a transformação, processamento, conservação e comercialização do pescado é assegurada maioritariamente por elas”, referiu.
A directora do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola para projectos em Angola, Abla Benhammouche, garantiu o compromisso da sua instituição na implementação do projecto com a finalidade de participar no desenvolvimento económico, na luta contra a pobreza, produção de alimentos para combater a desnutrição e gerar receitas no quadro do plano de desenvolvimento e estratégia nacional de segurança alimentar e nutricional. O principal objectivo do projecto, disse a directora do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, é aumentar as receitas das comunidades que se dedicam à pesca continental, reduzir a vulnerabilidade e melhorar a nutrição das famílias mais vulneráveis. “O projecto foi concebido para reduzir a incidência da pobreza entre as famílias que se dedicam à aquicultura, pesca continental e à agricultura em pequena escala”, afirmou.
Abla Benhammouche acrescentou que a maneira mais efectiva de reduzir a pobreza é financiar pequenas empresas, capacitar as pessoas, aumentar os conhecimentos e a confiança para arrecadar mais receitas.
O consultor do FIDA, Tounessi Mohamed, revelou que já foram empregues mais de um milhão de dólares na implementação do projecto de apoio à pesca continental e à aquicultura comunal.
O director provincial da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas em Malanje, Carlos Chipoia, realçou a importância da implementação do projecto para favorecer as famílias mais carenciadas da província. Carlos Chipoia disse que a província de Malanje já tem um centro com mais de dois hectares, com vários tanques redes preparados, para multiplicação e reprodução de alvinos. (Jornal de Angola)