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    Estado angolano vai salvar três bancos com injecção de capital na ordem de 1 bilião de kwanzas

    Esta operação de reforço financeiro visa melhorar o desempenho da banca comercial, à luz dos desafios da presente conjuntura económica do país. O jornal Expansão anunciou na sua edição de ontem, que o Estado vai intervir no BPC, BCI e Banco Económico com uma operação de reforço de capital, no valor de um bilião de kwanzas, para garantir a funcionalidade das referidas instituições, cuja acção se encontra bastante fragilizada, por vários factores.

    Por exemplo o BCI suspendeu o serviço de adiantamento de salários, até conseguir liquidez para continuar a assistir os seus clientes, que sem aviso prévio foram surpreendidos pela notícia. Arrolado no processo de privatizações, este banco comercial mercê da sua gestão convencional e regrada, não conheceu grandes rupturas na sua carteira de créditos, que lhe permitia um desempenho exemplar.

    Esta operação de injecção de capital surge na sequência de constatações verificadas nos relatórios que, no caso do BPC implicam, que o Ministério das Finanças desembolse 163,7 mil milhões de kwanzas em reforço da comparticipação do novo accionista que é o Instituto de Gestão de Activos do Estado (IGAPE), com 396 mil milhões de kwanzas, em duas tranches de, respectivamente de 15 mil milhões em dinheiro vivo e a outra parte em títulos  de dívida pública, perfazendo um total de comparticipação igual a 396 mil milhões de kwanzas, num valor global de 559,7 mil milhões, a disponibilizar pelo Estado.

    O Banco Económico apresenta maior grau de dificuldade pelo facto de ser dependente da Sonangol, uma entidade que o Estado pretende alienar, estando inserida no conjunto das 200 empresas em situação de privatização.

    O BCI, com um histórico de insolvência no relatório de 2019 requer um juízo de apreciação e cautelas, pois o seu plano de recapitalização exige uma injecção de 57 mil milhões de kwanzas, 30 milhões dos quais deveriam estar disponíveis no passado dia 30 de Junho, para continuar a trabalhar. A segunda tranche poderá ser concedida à posteriori, na sequência do processo  de privatização, a realizar em bolsa, numa experiência inédita.

    O reforço financeiro no Banco Económico depende da apresentação das demonstrações financeiras do último exercício, pois os dados disponíveis referem-se, segundo o Expansão,  “viola os imperativos legais do banco central”, por ter sido divulgado apenas “em Agosto do ano passado, quando a assembleia de accionistas aprovou uma recapitalização de 416 mil milhões Kz, a realizar até ao final do pretérito mês de Junho deste ano”.

    Por não ter “a Lektron Capital na estrutura accionista”, desde o ano passado, altura em que entregou a participação de 31% que tinha no BE à Sonangol, e não ter pago os financiamentos que a petrolífera fez à “empresa ligada ao general Kopelipa e a Manuel Vicente quando entrou como accionista do Banco Económico”, a situação é mais delicada de resolver.

    O Banco Económico é neste momento detido em maioria, pelo accionista Estado, através da Sonangol “e dois privados, nomeadamente a Geni Novas Tecnologias (pertence ao general “Dino”), com 19,90% do capital, e o português Novo Banco, com 9,72%. O Expansão apurou que os dois accionistas privados não vão participar no aumento de capital. Assim, resta à Sonangol avançar com o capital para salvar o banco”.

     

     

     

     

     

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